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Veneno de aranha protege contra efeitos de AVC, mostra estudo

Proteína bloqueia mecanismo cerebral responsável pelos danos provocados pelo derrame; pesquisadores querem fazer testes clínicos

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Por Redação
Atualização:
Testes usaram veneno da aranha-teia-de-funil Foto: REUTERS/Mark Baker

Uma proteína extraída do veneno de uma aranha pode proteger o cérebro após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), descobriram cientistas australianos.

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"Acreditamos que encontramos pela primeira vez uma maneira de minimizar os efeitos devastadores" de um derrame, disse o professor Glenn King, do Instituto de Biociência Molecular na Universidade de Queensland, na Austrália.

A descoberta foi publicada na segunda-feira, 21, na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), a revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

A proteína, chamada "Hi1a", bloqueia o mecanismo cerebral responsável pelos danos provocados por um derrame. Os testes foram feitos em camundongos. 

"Os estudos pré-clínicos demonstram que uma simples dose desta proteína, administrada oito horas depois de um ataque, protege os tecidos cerebrais e melhora enormemente a atividade neurológica", indica o pesquisador.

"Esta descoberta nos ajudará a dar perspectivas mais favoráveis aos sobreviventes de um derrame, limitando os danos cerebrais e as sequelas devastadoras que provocam", segundo King.

O AVC, provocado em alguns casos pela ruptura de um vaso sanguíneo, provoca a morte a cada ano no mundo de seis milhões de pessoas e deixa cinco milhões de sobreviventes com sequelas permanentes.

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"Um dos aspectos mais promissores desta proteína é que ela oferece níveis excepcionais de proteção durante as oito horas posteriores a um derrame", indica.

A proteína também oferece certo grau de proteção às regiões centrais do cérebro, as mais afetadas pela falta de oxigênio em consequência do AVC.

"Agora estamos trabalhando em reunir os fundos necessários para financiar testes clínicos e poder comercializar rapidamente este tratamento promissor", disse King. /AFP

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