Atendendo a pedidos (exatamente, dois: da mais bela e paciente de todas as mulheres e do Marcos, no comentário feito no post abaixo) publico a foto acima, que mostra a minha cara depois de 19 dias entre navios da Marinha e a base antártica. Essa imagem foi feita ontem, na popa do Ary, enquanto aguardávamos o início da coleta de sedimentos marinhos a uma profundidade de 100 metros.
Hoje pela manhã, retornamos de bote a Ferraz (estou começando a pegar o jeito desse negócio de descer escadinha de navio) e, daqui, fizemos um sobrevoo de helicóptero dos arredores da Península Keller, onde fica a estação brasileira.
Quando cinegrafistas ou fotógrafos fazem imagem de um helicóptero desses, a praxe é que se abram as portas do aparelho, para que as câmeras possam ser apontadas com mais liberdade. O outro lado da história é que tudo o que há entre o cinegrafista e/ou fotógrafo e o mundo lá embaixo é o cinto de segurança; outro fator, especialmente importante no frio antártico, é que não há barreiras para o vento.
É para evitar roubadas assim que não sou cinegrafista, nem fotógrafo, mas jornalista de texto. Mas, quando vi os colegas de imagem requisitando entusiasticamente a abertura das portas, achei que tinha um ponto de honra a manter. Depois de fazer uns testes para garantir que conseguiria ativar o obturador da câmera mesmo com as mãos embaladas em luvas grossas, lá fui eu.
Contrariando meus próprios preconceitos quanto a meu nível intrínseco de covardia pessoal (e também graças à perícia do piloto) curti muito o passeio, que até me pareceu breve, portas abertas e tudo. Abaixo, duas das dúzias de foto que fiz lá de cima:
(Ah, sim: as fotos deste blog ficaram pequenas porque tenho um limite de 10 MB para carregar nele, e já estou em algo como 9,2)