O novo impacto chama atenção por ocorrer menos de um ano depois da detecção do mergulho de um asteroide no planeta gigante, deixando o que já foi chamado de "um hematoma do tamanho do Oceano Pacífico" na atmosfera.
Revendo os arquivos do estadao.com.br de meados de 2009, vejo que o impacto de então me deixou bastante ocupado: ao longo de quatro dias, apurei, escrevi, traduzi ou revisei uma meia dúzia de textos a respeito, incluindo este (com entrevista de um astrônomo do Observatório Nacional) e este (com imagens em infravermelho bem legais).
Durante muito tempo, Júpiter foi visto uma espécie de "guarda-costas" do Sistema Solar interior (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte), absorvendo ou desviando, graças a sua enorme gravidade, detritos espaciais que, de outra forma, poderiam achar um caminho até nós.
Esse papel, no entanto, vem sendo questionado: um trabalho publicado na revista Science em 2009 sugere que Júpiter e o outro planeta gigante gasoso, Saturno, na verdade podem facilitar a chegada de cometas distantes à nossa vizinhança. Além disso, Júpiter pode desestabilizar asteroides do chamado cinturão principal, além de Marte, e arremessá-los na direção do Sol.
O astrônomo Nathan Kaib, da Universidade de Washington, autor do estudo que saiu na Science, disse que "não está claro" se, no frigir dos ovos, Júpiter mais nos protege ou mais nos põe em perigo.
No site de Wesley, é possível baixar vídeos com a sequência do impacto deste ano.