Normas de segurança da EACF proíbem o deslocamento ao ar livre, mesmo pelos arredores da estação, se os ventos tiverem velocidade superior a 25 nós, ou cerca de 50 km/h. Ontem houve rajadas de até 122 km/h.
Um dos "exilados" na EACF por se verem impedidos de voltar ao refúgio, Elisa Petersen, da Unisinos, trabalha num censo das áreas de reprodução de aves marinhas na Baía do Almirantado, e está sendo duplamente prejudicada pelo mau tempo: além do desconforto e da impossibilidade de ir a campo, há o fato de que a neve impede que as aves façam ninhos e ponham ovos.
Elisa Petersen, em campo na pesquisa sobre aves marinhas. Arquivo pessoal
Já a pesquisa de Rodrigues, sobre os efeitos de alterações climáticas nos peixes antárticos, depende de pescarias -- que também estão suspensas pelo maus tempo. Todo o trabalho que poderia ser realizado internamente, nos laboratórios de Ferraz, já foi feito, diz ele. "Agora, estamos só cuidando da manutenção dos experimentos".
Mas nem tudo são más notícias: o tempo pode melhorar a partir do meio-dia, e o Navio de Apoio Oceanográfico (NAp Oc) Ary Rongel tem previsão de chegada para a uma hora da madrugada desta quarta-feira. O descarregamento, um processo lento, deve começar pela manhã. Vários pesquisadores dependem de material contido nos porões do navio para dar continuidade a seus trabalhos, e uma lista de carga prioritária para ser retirada da embarcação já foi elaborada.