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19 de julho de 2010 | 15h50
Sequência de imagens mostra as microagulhas dissolvendo na pele de um porco antes, um minuto depois e cinco minutos após ser pressionada. Crédito: Emory University.
Um adesivo com centenas de agulhas microscópicas que se dissolvem na pele pode permitir que pessoas sem formação médica administrem vacinas. Mais: sem causar dor. A ideia pode melhorar a imunização contra doenças como o influenza, eliminando também o uso de agulhas hipodérmicas.
Um artigo publicado na edição de 19 de julho da Nature Medicine mostra como pesquisadores da Universidade Emory e Instituto de Tecnologia da Geórgia estão analisando e desenvolvendo a técnica. “Nesse estudo, nós mostramos que um adesivo com microagulhas pode vacinar contra a gripe pelo menos tão bem e, provavelmente, melhor do que uma agulha hipodérmica tradicional”, afirma Mark Prausnitz, professor do Georgia Tech.
Os pesquisadores injetaram a vacina contra a gripe em um grupo de ratos usando agulhas convencionais no músculo. Outro grupo recebeu a vacina pelos adesivos, ao passo que um terceiro recebeu adesivos sem vacina. Ao serem infectados com vírus da gripe, 30 dias após a administração dos adesivos e injeção, apenas ratos do grupo de controle morreram.
Três meses após a vacinação a equipe observou que camundongos imunizados contra o vírus pelo uso das microagulhas apresentavam uma resposta melhor à infecção – conseguindo eliminar o vírus dos pulmões de forma mais eficaz do que os que receberam a vacina por meio de agulhas convencionais.
Outra vantagem do adesivo de microagulhas é que a vacina pode ter formulação seca, reforçando sua estabilidade durante a distribuição e armazenamento. Além disso, não tem o perigo de propagar doenças (a reutilização de agulhas contribui para a propagação do HIV e hepatite), e poderia reduzir o custo de programas de imunização.
Agora, os pesquisadores querem analisar por que a vacina entregue por microagulhas tem maior efeito protetor maior do que a administrada por métodos convencionais. Outras técnicas também podem ser estudadas antes que os cientistas partam para ensaios clínicos.
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