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Árvores estão crescendo rápido em resposta a mudanças climáticas

Trabalho que durou mais de 20 anos mostra que florestas crescem em ritmo acelerado em função do aquecimento global e aumento dos níveis de CO2.

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Por root
Atualização:

Velocidade não é uma palavra que combina muito com árvores, porque elas podem levar séculos para crescer. Entretanto, um novo estudo do Smithsonian Environment Research Center mostra que as florestas do leste dos Estados Unidos estão crescendo mais rápido do que costumavam fazer nos últimos 225 anos. O estudo apresenta um olhar raro sobre como o ecossistema está respondendo a mudanças climáticas.

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Por mais de 20 anos o especialista Geoffrey Parker monitorou o crescimento de 55 regiões da floresta mista em Maryland. Essas "amostras" variam de tamanho e algumas chegam até 2 hectares. As análises mostraram que a floresta está crescendo a um ritmo bem maior do que esperado: duas toneladas por acre anualmente (o equivalente a uma árvore de dois metros de diâmetro aparecendo ao longo de um ano).

Florestas e seus solos armazenam a maior parte do estoque de carbono da Terra. Pequenas mudanças no seu ritmo de crescimento podem ter implicações significativas nos padrões climáticos, ciclos de nutrientes e alterações na biodiversidade.

Os pesquisadores focaram-se nos fatores de crescimento acelerado da árvore. O principal responsável parece ser a mudança climática e, especificamente, o aumento dos níveis de CO2 na atmosfera, temperaturas mais elevadas e estações maiores de crescimento.

Avaliar como uma floresta está mudando não é uma tarefa simples. Especialistas sabem que as árvores que estudam provavelmente irão durar mais do que eles próprios. Uma forma de driblar o problema é criar uma cronossequência - uma série de pedaços de floresta do mesmo tipo que estão em estágios diferentes de desenvolvimento.

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Estudando o crescimento de árvores em povoamentos que variam de cinco a 225 anos de idade, os pesquisadores verificaram que houve crescimento acelerado em todas as amostras. Mais de 90% das regiões estudadas cresceram de duas a quatro vezes mais rápido que o previsto na cronossequencia base.

Ao classificar os povoamentos florestais por idade, a pesquisa também foi capaz de determinar que o crescimento mais rápido é um fenômeno recente: se tivessem o mesmo ritmo antes, seriam muito maiores do que são. A expectativa é de que o índice de crescimento diminua com o tempo. Quando isso acontecer, os níveis de CO2 também devem ser modificados, já que as árvores atuam como "esponjas", absorvendo o dióxido de carbono da atmosfera.

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