Pesquisadores europeus coordenados pela Universidade Tecnológica de Viena, Áustria, estão se inspirando em princípios biológicos para desenvolver uma nova bateria biônica.
A equipe internacional liderada pelos Dr. Werner Brenner, Dr. Jovan Matovic e Dra. Nadja Adamovic conta com especialistas de várias áreas do conhecimento científico, desde química até nanotecnologia e física do estado sólido.
Brenner explica que as baterias de fabricação humana funcionam da mesma forma que as membranas semipermeáveis das células do nosso corpo.
A membrana celular tem a espessura centenas de vezes mais fina que a de um fio de cabelo, mas sua nanoestrutura e seu funcionamento são extremamente complexos.Estas nanoestruturas têm centenas de canais muito pequenos, pelos quais passam água, carga elétrica e nutrientes, os responsáveis pelo equilíbrio na célula.
Embora as baterias funcionem da mesma forma que os pequenos canais da membrana, eles são muito mais eficientes.
O foco do projeto é desenvolver uma bateria biônica - uma membrana artificial - que permita a transferência de prótons com mais eficiência que as baterias convencionais. "Não é uma tarefa fácil, mas é possível. A natureza tem produzido estas estruturas por bilhões de anos e sua eficiência pode ser vista em cada organismo vivo. Nossa tarefa é a de transferir a estrutura natural destes nanocanais para uma nanomembrana artificial, a qual é por si apenas uma centena de nanômetros mais fina", diz Matovic.
A equipe acredita que o resultado do projeto trará inúmeros benefícios para a sociedade. Poderá abrir espaço para muitas aplicações na medicina, dessalinização de água, novos tipos de sensores, além de novas fontes eficientes de energia limpa.
Adamovic explica que no projeto, a fronteira entre o "artificial" e o "natural" é imperceptível.
Veja também:
- Fenômeno em nanoescala permite criação de dispositivos portáteis - Geradores minúsculos podem se alimentar de vibrações aleatórias - Como bactérias se alimentam de lixo para produzir energia limpa - Método promete biocombustível de celulose sem uso de enzimas - Energia química da fotossíntese é transformada em energia elétrica