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18 de fevereiro de 2010 | 16h45
Fotorreceptores das borboletas Heliconius evoluíram para detectarem pigmento amarelo UV nas asas. Crédito: Bill Berthet.
Especialistas suspeitaram por mais de um século que a visão das borboletas teria uma relação fundamental com a diversidade de cores de suas asas. Agora, pela primeira vez, uma pesquisa conduzida por biólogos da Universidade da Califórnia, Irvine, nos EUA, conseguiu provar a teoria – pelo menos em nove espécies Heliconius. Borboletas que têm um gene duplicado, permitindo enxergar cores ultravioletas, possuem pigmentos amarelos ultravioletas em suas asas.
Isso pode ajudá-las a sobreviver, ao facilitar a busca por parceiros certos – deixando mais tempo livre para a reprodução e alimentação. “Elas não perdem tempo perseguindo o parceiro errado”, explica Adriana Briscoe, responsável pelo estudo.
As borboletas desenvolveram uma cópia do gene para a visão do ultravioleta e pigmentação amarelada entre 12 e 25 milhões de anos atrás. Das 14 mil espécies de borboletas existentes no mundo, somente os exemplares Heliconius, das florestas mexicanas, da América Central e América do Sul, são conhecidos por este gene duplicado.
“Após a descoberta deste gene copiado, queríamos descobrir quanto isso seria vantajoso”, afirma Briscoe. Os pesquisadores então analisaram milhares de amostras de asas e descobriram que as borboletas com apenas um “gene para visão ultravioleta” tinha pigmentos amarelos que não eram ultravioletas. No entanto, o pigmento ultravioleta foi encontrado em borboletas com ambos os genes.
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