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10 de junho de 2010 | 17h48
O Botox pode fazer a alegria da mulherada, mas também a de médicos e outros tipos de pacientes. Pesquisadores do centro Johns Hopkins, nos EUA, descobriram que a toxina não apenas deixa o rosto mais esticado como também alivia a dor de quem sofre da síndrome do desfiladeiro toráxico.
A síndrome do desfiladeiro toráxico é um quadro de desconforto que pode evoluir para uma dor significativa na região um pouco abaixo do pescoço. É causada pela compressão da artéria e da veia que vão para o membro superior, muitas vezes em função da postura inadequada do indivíduo, e chega a ocorrer em até 8% da população.
Os pesquisadores relataram que a injeção única de uma baixa dose de botox em um músculo localizado no pescoço pode ser uma solução eficiente contra a dor em curto prazo. Além disso, a equipe entende que o recurso é seguro e pode contornar o problema antes do último recurso utilizado: uma cirurgia para remover a primeira costela e cortar um dos músculos do pescoço.
A avaliação de 27 pacientes, candidatos à intervenção cirúrgica, mostra que em três meses a dor diminuiu em quase 30%. “Esta quantidade modesta na redução da dor pode ter um impacto significativo na vida do paciente”, explica Paul J. Christo, principal autor do estudo. “Para muitos, é o suficiente para fazer o que eles não podiam fazer antes, como pentear os cabelos, escovar os dentes, segurar seus filhos”.
O Botox alivia temporariamente a dor porque sua função paralisante diminui a tensão e os espasmos musculares – aliviando a pressão sobre os nervos. A droga também pode atuar reduzindo o número de neurotransmissores que avisam o cérebro sobre a dor. Um problema levantado pelos pesquisadores é que a terapia pode se tornar ineficaz ao longo do tempo, já que o corpo se acostuma com a droga desenvolvendo anticorpos contra a toxina.
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