O mais extenso trabalho epidemiológico feito nos EUA sobre o mal de Parkinson indica que a doença afeta mais pessoas no centro-oeste e nordeste do país, sendo duas vezes mais comuns em brancos e hispânicos, do que em negros e asiáticos. O estudo é o primeiro a avaliar todos os padrões da doença e considerar agrupamentos geográficos.
Os resultados são interessantes, já que nas duas regiões apontadas como "mais propensas" a casos de mal de Parkinson, também são regiões associadas ao processamento de metais, agricultura e utilização de produtos químicos. Estes podem ser bons indícios de que fatores ambientais de risco podem estar relacionados à doença.
O Parkison é uma condição neurodegenerativa que causa tremores, rigidez nos membros, lentidão, transtornos de humor e de comportamento, distúrbios de sono e outros sintomas. A doença é caracterizada pela perda de dopamina, composto associado à comunicação das células do cérebro. Fatores genéticos podem explicar apenas uma pequena porcentagem dos casos da doença. Fatores ambientais são os mais prováveis contribuintes, principalmente as exposições prolongadas a herbicidas e inseticidas usados em fazendas ou a metais como o cobre, manganês e chumbo.
Se negros e asiáticos têm metade da chance de desenvolver a doença, é porque provavelmente têm genes que protegem da exposição a estas ameaças, ou então estão menos expostos a elas. Há tempos, epidemiologistas têm discutido se a doença de Parkinson é mais comum em áreas rurais ou urbanas. Alguns estudos mostram que o índice de casos é elevado em cidades; outros, no campo. Resta saber agora o que pode ser definido como uma zona rural ou zona urbana, já que muitas regiões agrícolas podem combinar muitos fatores de risco no ambiente.
O trabalho foi liderado por Allison Wright Willis, da Washington University School of Medicine em St. Louis.