Uma nova era em pesquisas de câncer e biologia celular está a caminho graças à fonte de luz mais intensa em frequências de teraherts. Cientistas da Universidade de Liverpool, Reino Unido, estão utilizando o acelerador de partículas ALICE para determinar os efeitos destas ondas em células humanas e promover um avanço significativo no conhecimento sobre estas células e doenças, incluindo melanomas e câncer de esôfago.
Os raios em terahertz (THz) se localizam entre as micro-ondas e a luz infravermelha no espectro eletromagnético. Aplicações com a luz THz já foram aprovadas em dispositivos de segurança e de tratamento de imagens médicos. A luz também já está sendo usada para detectar explosivos escondidos, armas ocultas e drogas. Ao contrário dos tradicionais raios-X, a radiação terahertz é considerada essencialmente segura, pois não é invasiva e não destrói as células humanas. No entanto, os cientistas ainda não sabem quais são os limites superiores seguros para a exposição humana a esta radiação. Uma compreensão mais aprofundada do impacto dos raios THz em tecidos vivos permitirá que uma nova geração de dispositivos de imagens médicas e de segurança possam ser desenvolvidos e usados seguramente.
Segundo Peter Weightman, professor e pesquisador principal da Universidade de Liverpool, o trabalho poderia lançar insights inestimáveis sobre a organização biológica e capacitar os cientistas para testar teorias controversas em relação aos mecanismos pelos quais os sistemas biológicos se organizam. Esta compreensão melhorada de células humanas pode levar a avanços significativos no diagnóstico de doenças tais como melanomas e câncer esofágico. Instrumentos de baixo consumo de energia THz já são utilizados para analisar o tecido removido em cirurgia, porque os tecidos saudáveis e cancerosos respondem diferentemente à radiação THz. A pesquisa no ALICE permitirá melhorar muito estes procedimentos e, eventualmente, levar ao desenvolvimento de instrumentos melhores e de baixo custo para diagnósticos de câncer.