Os primeiros ensaios clínicos com uma nova droga para tratar as infecções causadas pelo vírus da hepatite C foram concluídos com sucesso. A INX-189, descoberta e preparada pela primeira vez em 2008 por pesquisadores da Universidade de Cardiff, no País de Gales, tem grandes chances de ser aprovada.
Cerca de 170 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas pela hepatite C. O problema pode levar ao câncer de fígado, cirrose e morte, sendo a principal causa de transplante hepático em países ocidentais. O tratamento atual envolve duas drogas: a ribavirina e o interferon, que devem ser administrados em uma injeção. Os efeitos colaterais são muitas vezes graves, o que faz com que alguns pacientes não completem a terapia.
"Este ainda é um estágio muito precoce do processo de ensaios, mas, no entanto, uma evolução significativa", diz Chris McGuigan. "A conclusão bem sucedida da primeira fase demonstra que a droga é segura, sem efeitos secundários relacionados com uma única dose de 100mg".
De acordo com o pesquisador, o trabalho também foi capaz de demonstrar que uma dose ao dia é provavelmente suficiente para combater o vírus. "Acreditamos que o INX-189 oferece a possibilidade de maior potência contra a hepatite, uma ação mais rápida no fígado e menos efeitos colaterais do que os tratamentos existentes", ressalta McGuigan.
Testes realizados em laboratório em 2008 demonstraram que o INX-189 matou 90% dos vírus em uma concentração muito baixa, sendo um dos compostos mais potentes contra a doença até então. A empresa farmacêutica que possui a licença do INX-189, E.U Inhibitex, planeja agora com a equipe de Cardiff o segundo ensaio da fase 1 para avaliar a eficácia do medicamento em pacientes com hepatite C.
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