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30 de julho de 2010 | 11h18
Pesquisadores da Universidade Brown e Universidade da Califórnia, nos EUA, descobriram que as mudanças epigenéticas (controle dos padrões de expressão gênica em células que dão origem às diferenças responsáveis pela criação de um complexo e interação dos tecidos) do DNA no câncer de mama estão relacionadas diretamente a fatores ambientais como a alimentação e o álcool. Esta associação também pode indicar o tamanho do tumor, de acordo com um artigo publicado na PLoS Genetics.
A equipe acredita que as descobertas podem levar ao desenvolvimento de novos biomarcadores para doença, melhorando tanto o diagnóstico como a escolha do tratamento usado. “Nós conduzimos este estudo para ajudar a esclarecer como dieta e fatores ambientais poderiam contribuir para as diferenças observadas entre os tipos de câncer mama”, explica Brock Christensen, autor do artigo e membro da Universidade Brown.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores mediram os perfis epigenéticos de 162 mulheres com câncer de mama entre as fases I e IV da doença e analisaram informações demográficas e alimentares, bem como as características dos tumores. O estudo dos dados mostra a possibilidade de identificação de assinaturas no gene que fornecem mais detalhes tanto do estágio da doença como prognóstico.
A pesquisa mostra que o consumo de álcool, os níveis de folato (vitamina B9) e o tamanho do tumor estão associados com os perfis epigenéticos dos tumores. “Este estudo fornece uma nova possibilidade de encontrar relações ambientais com o câncer de mama”, diz John Wiencke, autor sênior do trabalho e professor da Universidade da Califórnia. “Nosso trabalho indica que em breve teremos novas formas de acompanhar e avaliar o estilo de vida e fatores ambientais para o câncer de mama”.
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