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12 de julho de 2010 | 11h39
Por ser contemporâneo de tábuas descobertas no século 19 em Amarna, no Egito, pertencentes ao faraó Akhenaton (que viveu no século 14 a.C), acredita-se que o objeto encontrado em Jerusalém possa ser parte de uma mensagem que deveria ser enviada para o Egito. Crédito:Tiram Sasson - Universidade Hebraica de Jerusalém.
Um minúsculo fragmento de barro do século 14 a.C, encontrado em escavações fora dos muros da Cidade Velha de Jerusalém, em Israel, é o mais antigo documento escrito já encontrado na região. De acordo com pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, a descoberta demonstra a importância do local muito antes de sua conquista do rei Davi.
O objeto foi encontrado em uma escavação abaixo de uma torre do século 10 a.C, referente a um período do rei Salomão, na área de Ofel – localizada entre a parede sul da Cidade Velha e Cidade de Davi. O fragmento tem tamanho de 2 centímetros de largura, 2,8 centímetros de altura e 1 centímetro de espessura. Parece ter sido parte de uma tábua maior, contendo símbolos cuneiformes do idioma acádio.
Embora palavras sob a forma de símbolos não sejam algo tão surpreendente, a equipe acredita que foram escritas por um escriba altamente qualificado. Tábuas com mensagens diplomáticas eram rotineiramente trocadas entre reis, e existe uma probabilidade de o objeto ter sido feito com o mesmo propósito. Algumas interpretações dos símbolos contidos no fragmento incluem as palavras “você”, “você estava”, “mais tarde”, “fazer” e “eles”.
Por ser contemporâneo de tábuas descobertas no século 19 em Amarna, no Egito, pertencentes ao faraó Akhenaton (que viveu no século 14 a.C), acredita-se que o objeto encontrado em Jerusalém possa ser parte de uma mensagem que deveria ser enviada para o Egito. Apenas análises do material e do solo poderão atestar a teoria.
De qualquer maneira, a descoberta fornece os elementos necessários para mostrar que Jerusalém pode ter sido um importante centro durante o fim da Idade de Bronze – contrariando o que muitos arqueólogos supunham: de que a falta de achados arqueológicos demonstraria a falta de importância da região na época.
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