Foto do(a) blog

Para explicar o mundo ao seu redor

Distanciamento de placas nem sempre aumenta atividade vulcânica

Fenômeno geológico recente na "vizinhança" pode mudar muito a forma como o magma vai ser comportar na rachadura futura.

PUBLICIDADE

Por root
Atualização:

A crosta terrestre é dividida em placas que estão em constante movimento. Às vezes, elas colidem e se fundem - ou se quebram, formando novas placas (os continentes da Terra, por exemplo). Até agora, esta atividade sempre esteve associada ao aumento de atividade vulcânica, já que fluxos de lava podem subir durante o movimento. Entretanto, uma pesquisa publicada hoje na Nature, realizada pela Imperial College London, no Reino Unido, mostra que para toda regra há exceção.

PUBLICIDADE

O movimento de placa que gerou o que é hoje a América do Norte e Europa, há 54 milhões de anos, causou grande atividade vulcânica. Mas o mesmo não aconteceu durante o processo que deu origem ao atual subcontinente da Índia, ao se "descolar" de Seycheller, 63 milhões de anos atrás.

Para determinar o nível de atividade vulcânica ocorrido em uma falha, pesquisadores avaliavam a temperatura do manto sob a placa. Contudo, nem sempre a história previa de uma rachadura na Terra pode influenciar a atividade vulcânica que irá ocorrer.

No caso da rachadura que criou América do Norte e Europa, a atividade vulcânica realmente aconteceu ao longo da fenda - porque um evento geológico anterior havia atingido a placa, proporcionando um ponto especifico que o manto inferior poderia derreter facilmente. Resultado: formação de magma que irrompeu rapidamente em explosões maciças.

Publicidade

Quando a Índia se separou de Seychelles, no entanto, pouca atividade vulcânica ocorreu no fundo ao norte do Oceano Índico, uma vez que uma região próxima teria, 6 milhões de anos antes, "liberado" o magma inferior, resfriando o manto. Quando houve o choque de placas, pouco magma emergiu.

"Extinções em massa, formação de novos continentes e alterações climáticas globais são alguns dos efeitos que podem acontecer quando placas se rompem e causam erupções vulcânicas", explica Jenny Collier, co-autor do trabalho. "Nosso estudo está ajudando a ver mais claramente alguns dos fatores que levaram a acontecimentos que ajudaram a moldar a Terra há milhões de anos".

A equipe chegou a essas conclusões após análises no fundo do Oceano Índico para determinar o tipo de rocha lá existente. Os pesquisadores encontraram apenas pequenas quantidades de rochas basálticas (indicadoras de início de atividade vulcânica). Além disso, o time usou novos modelos computacionais para simular o que pode ter ocorrido ao longo do fundo do oceano.

Veja também:

- Imensa cratera identificada no Mar do Timor dá pistas sobre gelo na Antártida - Pesquisadores afirmam que Terra caminha para 6ª extinção em massa - Novo modelo para medir movimentos de placas tectônicas é mais preciso - Águas "antigas" ajudam cientistas a decifrarem flutuações de CO2

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.