Como as famosas estátuas da Ilha de Páscoa, no Oceano Pacífico, foram colocadas lado a lado de costas para o mar? A teoria que prevalece há mais de 50 anos parece ter ido por água abaixo: pesquisadores das universidades College London e Manchester, no Reino Unido, refutam a ideia de que os caminhos que levam aos moai teriam sido abertos apenas para transportar os gigantes de pedra. Segundo eles, tudo tinha um objetivo cerimonial.
De acordo com uma teoria anterior, as estátuas encontradas nas estradas de até 800 anos de idade (que cruzam a ilha das pedreiras até a zona costeira), tinham sido abandonadas durante o transporte por antigos polinésios. A descoberta de plataformas de pedra, associadas a cada moai caído, confirma uma teoria pouco conhecida de 1914, segundo a qual as rotas seriam parte do cerimonial.
"A verdade é que nunca vamos saber como as estátuas foram transferidas", lamenta Colin Richards, da Universidade de Manchester. "O que sabemos é que os caminhos tinham função cerimonial para sublinhar a sua importância religiosa e cultural. Eles levam, a partir de diferentes partes da ilha, ao vulcão Rano Raraku, onde os moai foram extraídos".
De acordo com os pesquisadores, os vulcões eram considerados um portão de entrada para o submundo, sendo a origem mítica de Hawaiki. Rano Ranaku seria um lugar sagrado da ilha - o que explicaria a grande quantidade de estátuas próximas "olhando" para o local. Além disso, escavações mostram que as estradas eram côncavas, tornando a movimentação de objetos pesados muito difícil.
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