taniager
10 de março de 2010 | 18h59
Em estudo sociológico sobre as formas que as pessoas de diferentes estratos sociais pensam sobre a influência de Deus em suas vidas quotidianas, publicado na edição de março deste ano da revista Sociology of Religion, EUA, o autor e professor de Sociologia Scott Schieman, da Universidade de Toronto, Canadá, constata novos padrões sobre essas crenças que diferem conforme os níveis de educação e renda.
Com a utilização de dados de dois surveys (um tipo de pesquisa) nacionais recentes dos norte-americanos, o estudo aponta que a maioria destes indivíduos analisados acredita que Deus é muito influente nos acontecimentos, e resultados, em suas vidas. Esta maioria acredita que Deus está preocupado com o seu bem-estar pessoal e está diretamente envolvido nos seus assuntos pessoais.
Dos entrevistados, 82 % afirmam depender de Deus para ajuda e orientação na tomada de suas decisões, 71% acreditam que quando as coisas boas ou ruins acontecem, essas ocorrências são apenas parte do plano divino para com eles, frente a 61% que acreditam que Deus tenha determinado a direção e o curso de suas vidas. Já 32% dos norte-americanos são mais radicais e concordam com a afirmação: “Não há nenhum sentido em planejar muito porque finalmente o meu destino está nas mãos de Deus.”
Em geral, as pessoas que têm maior escolaridade e renda são menos propensas para relatar crenças de intervenção divina.
Mas, entre os bem-educados e os que ganham mais, aqueles que estão mais envolvidos em rituais religiosos partilham com os menos escolarizados, e menos abastados financeiramente, níveis semelhantes de crenças sobre a intervenção divina.
Esta última conclusão inova a versão de que indivíduos pertencentes às classes mais elevadas tendem a rejeitar crenças sobre intervenção divina. Segundo Schieman, a rejeição somente existe quando o indivíduo de maior posição social está menos comprometido com a participação em rituais religiosos.
Na sociedade norte-americana, o discurso sobre Deus está muito presente em todas as instâncias, inclusive na área política. Por essa razão, Schieman aponta para a importância de investigações sociológicas nesta área.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.