Pesquisadores da Universidade do Texas, nos EUA, afirmam não haver dados científicos que comprovem que a restrição ao glúten em crianças com transtorno do espectro autista possa ser benéfica. A conclusão foi obtida após uma análise dos 15 principais estudos realizados até hoje sobre o método.
"Muitas causas para o transtorno de espectro autista têm sido propostas", diz Austin Mulloy, responsável pelo departamento de educação especial na universidade. "Embora a etiologia real permaneça desconhecida, as 'potenciais' causas têm sido traduzidas em métodos de tratamento e passadas ao público bem antes de termos evidências suficientes de sua eficácia ou segurança".
Uma das teorias para explicar o autismo defende que pessoas com esta condição não têm atividade enzimática suficiente no trato gastrointestinal. Segundo essa ideia, o portador de transtorno do espectro autista absorveria subprodutos tóxicos liberados na digestão do glúten (encontrada nos grãos, como trigo e cevada) e caseína (leite e produtos lácteos).
De acordo com os pesquisadores, os estudos anteriores apresentam várias falhas metodológicas. A equipe recomenda que a restrição seja feita apenas em pacientes com alergias ou intolerância ao glúten e caseína.
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