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25 de janeiro de 2010 | 19h51
Amy Townsend-Small, líder da pesquisa do UC Irvine, que mostra que gramados podem se tornar vilões do meio ambiente. Crédito: Steve Zylius, UC Irvine Communications.
Ah, os espaços verdes das grandes cidades…! Bons para descansar a mente, bons para o meio ambiente, certo? Errado. Pelo menos é o que indica pesquisa realizada na University of California, EUA. Aquela graminha perfeita para estender a toalha e fazer um belo piquenique precisa ser aparada, e esta manutenção emite quantidades muito maiores de gases que contribuem para o grande vilão: o efeito estufa.
Gramados removem o dióxido de carbono da atmosfera por um processo chamado fotossíntese, e o armazenam no solo como carbono orgânico. A utilização de grandes campos verdes poderia ser uma maneira agradável e inteligente de limpar o ar, mas o problema recai na emissão de gases provenientes da produção de fertilizantes, cortadores de grama e outras práticas para manter aquele espaço bonito para você e sua família. Este “cuidado” com a nossa aliada verde, a grama, pode fazer com que a quantidade de carbono armazenada em parques aumente pelo menos quatro vezes. Além disso, pesquisadores alertam para a emissão de óxido nitroso lançado pelo solo após a fertilização, um gás de efeito estufa que é 300 vezes mais potente que o dióxido de carbono. Quanto mais verdinha a grama do vizinho, mais quente será o planeta.
Estudos anteriores já tinham revelado o armazenamento de carbono em gramados, mas esta foi a primeira pesquisa a comparar o sequestro de carbono para emissões de óxido nitroso e dióxido de carbono do gramado em função dos ‘cuidados’ com a grama. Os resultados da nova pesquisa mostram que as emissões de óxido nitroso dos gramados podem ser comparáveis aos lançados por fazendas agrícolas , que estão entre os maiores emissores de óxido nitroso no planeta.
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