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25 de maio de 2011 | 12h04
Cientistas do Instituto Weizmann revelaram um novo mecanismo por trás da inflamação no organismo. As “máquinas” moleculares que defendem nosso corpo contra uma infecção podem funcionar de forma semelhante a uma válvula de motor a vapor: apenas quando o mecanismo inflamatório que protege as células contra os vírus atinge seu pico de atividade esta “válvula” interfere, restaurando o mecanismo para o seu estado de repouso – pronto para reativação.
A descoberta pode lançar luz sobre doenças inflamatórias como a artrite reumatoide e doenças inflamatórias intestinais, apontando caminhos para o desenvolvimento de terapias mais eficazes.
Mas como exatamente isso ocorre?
A equipe descobriu que o componente crucial na “válvula” é a enzima conhecida como caspase-8. Quando a célula é invadida por um vírus, esta enzima reúne um grande complexo molecular que se forma com o objetivo de enviar um sinal inflamatório. Contudo, este mesmo sinal também garante que a resposta inflamatória termine, uma vez acionada.
O mecanismo pode ser comparado com o pico do ciclo de vapor quando a válvula se abre – liberando calor vapor do motor para reestabelecer sua posição inicial. No caso da célula, o sinal inflamatório pede que a caspase-8 destrua uma proteína, chamada RIP1 (um amplificador de sinal crucial no processo), depois que esta atingiu o seu ápice.
Assim, o ciclo inflamatório é concluído: o mecanismo de sinalização retorna ao seu estado neutro – pronto para entrar novamente em um ciclo inflamatório caso a célula seja mais uma vez atacada por algum “inimigo”.
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