root
13 de janeiro de 2011 | 12h47
Além de acordar, o café pode proteger contra o diabetes tipo 2. Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos EUA, descobriram um possível mecanismo molecular por trás deste efeito protetor: uma proteína chamada globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG, do inglês sex hormone-binding globulin) regula a atividade biológica dos hormônios sexuais do corpo – testosterona e estrogênio – que há tempos tem sido associados à doença. O consumo de café aumenta os níveis de plasma de SHBG.
De acordo com os pesquisadores, mulheres que tomam pelo menos quatro copos de café ao dia têm 56% menos chance de desenvolver o diabetes tipo 2. Os estudos demonstram que quanto maior o consumo, menor o risco. Acreditava-se que isso ocorria porque a bebida melhorava a tolerância do organismo à glicose, aumentando o metabolismo, ou melhorando a tolerância à insulina.
“Agora sabemos que esta proteína, a SHBG, é crítica como uma meta inicial para a avaliação do risco e da prevenção do aparecimento do diabetes”, diz Simin Liu, professor de medicina e epidemiologia na universidade. Trabalhos anteriores da equipe identificaram duas mutações no gene que codifica a SHBG, e seus efeitos no risco de se desenvolver diabetes tipo 2: um aumenta o risco, enquanto outro diminui – dependendo dos níveis de SHBG no sangue.
Diversos estudos clínicos mostraram o importante papel de hormônios sexuais no desenvolvimento do diabetes tipo 2, e se sabe que a SHBG não regula apenas os hormônios sexuais que estão biologicamente ativos, mas também se liga aos receptores em várias células, mediando diretamente a sinalização destes hormônios.
“Esta evidência genética é um avanço significativo na área”, ressalta Atsushi Goto, primeiro autor do estudo. “Isso indica que a SHBG pode realmente desempenhar um papel crucial no risco de se desenvolver o diabetes 2”.
Ao que parece, a SHBG no sangue pode refletir uma predisposição genética ao diabetes. Entretanto, os pesquisadores estão demonstrando que ela pode ser influenciada por fatores de alimentação como o consumo de café. Para chegar aos resultados, a equipe avaliou 359 novos casos de diabetes que foram comparados por idade e etnia a 359 indivíduos do grupo de controle.
Veja também:
– Como nós, alguns suricatos também gostam de acordar mais tarde
– Metirapona ajusta relógio biológico de ratos que sofrem de “jet lag”
– Consumo diário de gengibre diminui dores musculares
– Cafeína retarda danos do Alzheimer e restaura funções cognitivas
– Quer emagrecer? Exclua o xarope de milho rico em frutose da sua dieta
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.