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Embalagem antimicrobiana protege alimentos perecíveis por mais tempo

Enquanto a carne abatida é virtualmente esterilizada, a contaminação acontece durante as etapas de corte e empacotamento do produto.

Por taniager
Atualização:

O prazo de validade para armazenar alimentos perecíveis pode se estender por um tempo muito maior graças a uma nova tecnologia em embalagens. Desenvolvida no Instituto Fraunhofer, Alemanha, a embalagem é um filme que combate microrganismos nocivos à saúde. Em matéria divulgada pelo Instituto hoje, a pesquisadora garante a neutralidade do material acima dos padrões europeus de segurança para a saúde.

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Carnes frescas devem ser consumidas antes de serem contaminadas com microrganismos. Mas enquanto a carne abatida é virtualmente esterilizada, a contaminação acontece durante as etapas de corte e empacotamento do produto. Fezes e germes são os maiores agentes de contaminação e permanecem ocultos até que as mudanças no alimento causadas por processos químicos, físicos e microbiológicos transformem sua aparência apetitosa em cor, textura e odor repugnantes em poucos dias.

A formação de aminas biogênicas acontece quando os microrganismos na carne se multiplicam e se desenvolvem. Cerca de 20 espécies diferentes de bactérias, leveduras e fungos tomam parte nestes processos. Recentemente, uma embalagem ativa antimicrobiana abriu as portas para a possibilidade de manter a segurança e a qualidade do produto por um longo período de tempo.

Este tipo de embalagem já foi introduzido no Japão, onde prata, wasabi (tempero em pasta utilizado na culinária japonesa, feito da planta Wasabia japônica) e etanol estão entre os ingredientes ativos utilizados.

Mas o filme ativo, desenvolvido pela química de alimentos Carolin Hauser, é constituído de uma base em laca que incorpora um mecanismo de liberação controlada de um agente antimicrobiano. Bastam pouquíssimos deles para proteger eficazmente o alimento embalado.

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Hauser explica que os filmes antimicrobianos estão em conformidade com as normas governamentais de saúde da União Europeia. Portanto não são venenosos ou alergênicos e são neutros em termos de olfato e paladar. Além disso, os agentes ativos sã o facilmente transferíveis para o filme. Levando em conta estas considerações, Hauser escolheu usar sorbato (ácido sórbico) dissolvido em uma laca e depositado em um filme de base.

A química testou o filme ativo usando vários pedaços de lombo de porco recém abatido e contaminou cada amostra com cerca de mil unidades de colônias formadas pelo agente patogênico E. coli. Então embrulhou algumas peças da carne com um filme padrão e outras no seu filme ativo. Após sete dias em uma geladeira à temperatura de oito graus Celsius, claras diferenças de cor já eram aparentes.

O exame microbial revelou que a embalagem ativa tinha destruído com êxito muitos dos germes na carne: o número de bactérias nestas peças tinha diminuído em cerca de um quarto do número original, frente a uma contagem muito maior nas amostras embaladas em filme não tratado.

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