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28 de abril de 2010 | 20h06
Peixe-arqueiro sincroniza cones e bastonetes de forma diferente através da retina. Crédito: Dr Shelby Temple/ The University of Western Australia.
A capacidade que um peixe tem de enxergar dentro e acima da superfície da água (possibilitando a “caça” de insetos voadores) pode dar pistas sobre a visão em todo o reino animal. Um trabalho realizado por pesquisadores da Universidade da Austrália Ocidental e Universidade de Queensland analisou a habilidade do peixe-arqueiro, fornecendo insights sobre a variabilidade intraretinal, adaptação que permite ao animal lidar com diferentes campos de visão.
Através de microespectrofotometria, os pesquisadores descobriram que o Toxotidae, um dos predadores mais sofisticados das águas por ser capaz de atingir o alvo com um jato d’água, sincroniza cones e bastonetes de forma diferente através da retina. Uma maneira de atender as diferenças espectrais apresentadas dentro e fora da água.
“Se o que foi constatado estiver presente em outras espécies, este nível de plasticidade visual poderá explicar como peixes teleósteos conseguiram se adaptar com êxito a quase todos os ambientes aquáticos da Terra”, diz Shaun Collun, professor de biologia animal da universidade.
Além de ajudar pesquisadores na compreensão da movimentação de animais debaixo d’água e em relação à vantagem seletiva, o trabalho pode oferecer novas abordagens para elaboração de veículos subaquáticos que naveguem em ambientes com diferentes intensidades de luz.
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