Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Câncer Fred Hutchinson conseguiram identificar e isolar células-tronco mamárias adultas de ratos. A descoberta pode permitir no futuro a regeneração de tecidos do seio, fornecer uma compreensão melhor do papel de células estaminais adultas no desenvolvimento do câncer de mama e ao desenvolvimento de novos alvos para medicamentos anticâncer.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores utilizaram modelos de ratos geneticamente modificados. As células-tronco foram marcadas com proteína verde fluorescente (GFP), que exibe fluorescência verde brilhante durante a expressão do gene, podendo ser facilmente vista pelo microscópio. A expressão GFP é controlada pelo promotor de um gene recém-identificado - S-SHIP -, especificamente expresso em células-tronco.
"Até agora, nós não conseguíamos identificar células-tronco em tecidos da mama. Elas nunca tinham sido detectadas anteriormente com tamanho detalhamento", diz Larry Rohrschneider, uma das responsáveis pelo trabalho. "É extraordinário. Você pode ver essas células-tronco verdes pelo microscópio em seu estado natural, puro".
Sistemas anteriores para isolar células-tronco contaram com uma grande variedade de biomarcadores, mas nenhum conseguiu chegar aos resultados obtidos neste trabalho. A limitação impedia a análise acurada da expressão genética das células.
A equipe demonstrou a presença de células-tronco verde ativas em estágios cruciais do desenvolvimento mamário, como a puberdade e a gestação. Durante as fases de desenvolvimento quiescente, entretanto, as células não brilharam.
Essas células-tronco representam uma nova alternativa de células-tronco pluripotentes induzidas, ou células-tronco geneticamente modificadas, para diversas aplicações médicas. É possível, por exemplo, usar o procedimento para regenerar tecidos após o transplante de células.
"Descobrimos que as células-tronco transplantadas verdes podem gerar tecido mamário novo, e este tecido pode produzir leite, assim como as células do epitélio mamário normal", explica o co-autor do estudo Lixia Bai. "A identificação da exata célula-tronco e sua localização é o primeiro e crucial passo na compreensão dos mecanismos de regulação destas importantes células".
Mais do que regenerar tecidos, os resultados do trabalho podem levar a um entendimento melhor de doenças como o câncer, já que células-tronco normais poderiam se tornar células-tronco cancerosas - provavelmente existentes nos tumores e responsáveis por metástases, resistência a terapias e recidiva do câncer.
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