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26 de julho de 2010 | 13h56
Pacientes com altos níveis de triglicérides no sangue têm um risco maior de desenvolver uma doença cardíaca ou sofrer um derrame, além de estar associado à obesidade, diabetes e pancreatite. Entretanto, eles sempre são relegados a segundo plano, comparado ao colesterol. Além disso, médicos não sabem exatamente como tratar pacientes nestas condições. Agora, novas terapias podem ser desenvolvidas, já que pesquisadores da Universidade de Western Ontario, no Canadá, conseguiram identificar variações genéticas que predispõem um indivíduo ao problema.
Para chegar aos resultados, a equipe utilizou diferentes métodos para descobrir a complexa base genética do HTG em mais de 500 pacientes. Usaram microarranjos de DNA, encontrando variações comuns em quatro genes diferentes fortemente associados às triglicérides. Em seguida, analisando detalhadamente a sequência do genoma, descobriram que pessoas com altos índices de HTG também tinham um excesso de raras variantes, encontradas em 28% dos pacientes – cerca do dobro da taxa observada em indivíduos saudáveis.
“Este é um dos primeiros estudos que combina microarranjo e sequência de DNA para examinar o genoma dos pacientes”, diz Robert Hegele, um dos responsáveis pela pesquisa. “Foi uma sorte usarmos os dois métodos. Estudos de microarranjos são populares hoje em dia e eficazes em encontrar relações entre as variações genéticas comuns e doenças”, ressalta o endocrinologista e professor do departamento de bioquímica e medicina. O pesquisador ressalta que ele sozinho, no entanto, não consegue detectar variantes raras. Para isso, você precisa usar métodos mais caros e demorados de seqüenciamento de DNA.
De acordo com Robarts, os resultados são importantes também porque são instrutivos: um único gene não é o único responsável por altos níveis de triglicérides, mas sim um mosaico de comuns e raras variações em diversos genes.
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