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Questão de sorte: buracos negros podem determinar a morte ou o nascimento de uma estrela

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Por Redação
Atualização:

Acreditava-se que buracos negros, objetos no universo tão densos que a atração gravitacional impede até mesmo a luz de escapar, não permitissem o nascimento de estrelas ao redor. As nuvens de gás e poeira a partir das quais pontos luminosos no céu surgem seriam puxadas também pelas poderosas forças gravitacionais destes grandes aspiradores cósmicos. Entretanto, novas evidências mostram que as coisas não são bem assim: o mesmo fluxo capaz de 'chupar' o material pode comprimir determinadas concentrações de gás, impulsionando a formação estelar. Um artigo sobre o assunto foi publicado no periódico científico especializado Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

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"Buracos negros podem ter um efeito significativamente mais complexo no universo do que os cientistas pensavam antes", afirma Sugata Kaviraj, professor do Imperial College London, na Grã-Bretanha, e responsável pelo estudo. "Sabíamos que os fluxos produzidos por buracos negros poderiam remover o gás e saciar a formação de estrelas, mas poucos imaginaram que eles poderiam de alguma forma ajudar completamente o nascimento de novas estrelas".

Atualmente os pesquisadores apoiam a ideia de que centros de galáxia acolhem buracos negros, que de tempos em tempos lançam o material que está ao redor a milhares de anos-luz. Deste processo, gases podem ser comprimidos e aquecidos, desencadeando a formação de estrelas. A equipe acredita que o fenômeno pode ter sido muito mais comum no início do universo, quando não havia ainda muitas nuvens de gás, respondendo pelo nascimento de bilhões de estrelas. Ainda hoje o processo pode ocorrer de forma significativa, embora haja poucos exemplos conhecidos nas galáxias vizinhas.

No estudo em questão, os astrônomos usaram o telescópio Hubble para estudar as regiões centrais da Centauros A, uma galáxia brilhante localizada a 13 milhões de anos-luz da Terra. Eles observaram um filamento de poeira 'correndo' pela galáxia (em verde) perto de novas estrelas (em azul) e, ao analisar o local em detalhes por meio de raio-x e comprimentos de onda de rádio, descobriram a presença de jatos se estendendo por mais de 1 milhão de anos-luz a partir do centro do buraco negro (invisível, mas que estaria do lado direito da imagem).

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