taniager
11 de maio de 2010 | 13h15
NGC 1999 é a nuvem verde mesclada na parte superior da imagem. Acreditava-se que a mancha escura à direita poderia ser uma densa nuvem de poeira e gás até que o Herschel focou-se nela. É na verdade um buraco que foi soprado no lado de NGC 1999 pelos jatos e ventos de gás de objetos estelares jovens nesta região do espaço. Crédito: cortesia do Consórcio ESA/HOPS.
A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou hoje uma descoberta inesperada. Seu telescópio Herschel detectou um buraco no espaço. Buracos no espaço são importantes para os astrônomos porque permitem estudar o final do processo de formação de estrelas.
Ainda é um mistério para os astrônomos como as estrelas formadas no berçário, envolto em gás e poeira, expelem os jatos de gases e saem da nuvem onde nasceram.
A surpresa da descoberta deu-se quando o telescópio infravermelho Herschel – ele é capaz de detectar fenômenos através de nuvens densas e escuras – focou uma região da nuvem muito escura que poderia ser um buraco. Ou ela era imensamente densa, ou vazia. Mas, se fosse densa, o Herschel com certeza capturaria alguma imagem.
Para tirar a dúvida, os astrônomos utilizaram telescópios terrestres e puderam confirmar: existia realmente um vazio.
Tom Megeath, da Universidade de Toledo, E.U.A, descreve a descoberta como algo tão surpreendente quanto alguém descobrir, em uma manhã, que em seu gramado minhocas construíram túneis enormes e profundos.
Os astrônomos sugerem que o buraco pode ter sido aberto quando jatos estreitos de gás de algumas das estrelas jovens na região perfuraram a camada de poeira e gás que forma a NGC 1999. A radiação poderosa proveniente de uma estrela vizinha madura também pode ter ajudado a limpar o buraco.
Pensar desta forma pode ajudar os astrônomos a compreenderem como as estrelas recém-nascidas dispersam suas nuvens em seu nascimento.
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