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20 de janeiro de 2010 | 15h16
Pesquisadores da Iowa State University descobriram como o vírus ebola age nas células para matá-las. Uma equipe liderada por Gaya Amarasinghe, professor assistentente de bioquímica, biofísica e biologia molecular da Iowa State University, já havia conseguido identificar a estrutura de uma parte crítica da proteína VP35, envolvida na imunossupressão – processo pelo qual o organismo reage menos à invasão de algum corpo estranho. Agora, eles sabem como ela atua.
Quando a maioria dos vírus invade uma célula, eles começam a criar RNA para replicação. A célula hospedeira, percebendo a invasão, começa a ativar defesas antivirais para a replicação parar, ajudando o corpo a se livrar da infecção.
Amarasinghe e sua equipe descobriram que o vírus ebola mascara a replicação do RNA, fazendo com que a célula hospedeira não reconheça o intruso. Uma das razões pela qual a cepa do vírus proveniente do Zaire é tão mortal é que as células do hospedeiro não dão resposta imunológica quanto é invadida. A pesquisa em questão conseguiu descrever a proteína RNA de forma complexa, pelo uso de uma proteína VP35 não-infecciosa.
O vírus ebola
O ebola é um vírus da família dos filovírus que surgiu às margens do Rio Ebola, no Zaire (África). É transmitido pelo sangue e secreções, causando febre, tosse, dores de cabeça e dores musculares, perda de apetite. Num segundo momento, ocorrem vômitos negros, diarreias, dores abdominais, inflamação na garganta e dores no peito. Por último, a doença atinge o estágio de hemorragia generalizada, causando sangramento dos órgãos internos, pele, nariz e boca.
A taxa de mortalidade da doença pode variar entre 50 a 90%, causando a morte entre um dia e duas semanas de infecção. Ainda não existe cura nem tratamento para a doença, mas sabe-se que algumas pessoas são imunes ao vírus. Felizmente, é moderadamente contagiosa.
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