Herton Escobar / O Estado de S. Paulo
Quando você pensa na palavra "Amazon", a primeira imagem que vem à sua cabeça é a da maior floresta tropical do mundo, com sua cobertura verde de árvores a preencher o horizonte, ou a da página inicial da loja virtual de produtos Amazon (www.amazon.com), cheia de capas de livros, máquinas fotográficas e smartphones em promoção?
Bem, se você perguntar ao grande oráculo da internet e digitar a palavra "amazon" no Gloogle, todos os links da página inicial de resultados serão sobre a empresa e não sobre a floresta. O que ajuda a explicar porque o governo brasileiro, em parceria com o peruano, entrou com uma ação na Corporação para Atribuição de Nomes e Números na Internet (ICANN) para impedir que a Amazon.com Inc. registre o domínio .amazon como dela, conforme solicitado pela empresa.
E a ação parece estar dando resultado: Segundo informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Comitê de Aconselhamento de Governos (GAC) da Icann, que está reunido em Durban, na África do Sul, decidiu hoje acatar o pleito de Brasil e Peru e recomendar a não concessão do domínio .amazon à empresa. "O GAC concordou com nosso argumento de que a concessão do registro seria contrária aos interesses públicos da região amazônica e abriria uma lacuna na proteção de nomes geográficos e culturais dos países", afirma Virgílio Almeida, secretário de Política de Informática do MCTI, em uma nota enviada ao Estado.
Segundo o ministério, Almeida representa o Brasil no GAC, juntamente com Rômulo Alves e Alexandre Fontenelle, do Ministério das Relações Exteriores. "Ambos os ministérios vêm fazendo gestões há oito meses para que o GAC concordasse com o pleito brasileiro e peruano. As decisões do Comitê são por consenso; na reunião de Durban, há representantes de 70 países", afirma a nota.
Ainda segundo o ministério, a sugestão do GAC será agora encaminhada ao Conselho Geral da ICANN, que decidirá pela concessão ou negação do pedido de registro. A previsão é de que uma decisão saia no prazo de 60 dias.
Me fez lembrar as campanhas contra o registro de marcas no exterior com nomes de frutas amazônicas, como "açaí" e "cupuaçu".