PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Imagine só!

A PLANTA MAIS VELHA DO MUNDO

Por Herton Escobar
Atualização:

 

 

Trinta mil anos atrás, um esquilo siberiano da espécie Urocitellus parryii coletou sementes e frutos de uma planta chamada Silene stenophylla e os levou para sua toca subterrânea. O que aconteceu com o esquilo depois disso, não se sabe. Mas o material vegetal que ele coletou ficou preservado no solo congelado (permafrost) da tundra siberiana. E agora, 30 mil anos depois, cientistas russos descongelaram essas sementes e frutos e trouxeram a planta de volta à vida no laboratório. Literalmente.

PUBLICIDADE

Amostras descongeladas de tecido placentário extraído dos frutos da planta foram cultivadas em laboratório e induzidas a formar novas plantas inteiras, num processo conhecido como organogênese (formação de órgãos). Algo que é feito rotineiramente em laboratório para clonar plantas agrícolas de interesse. Só que a planta, nesse caso, tinha 30 mil anos de idade. Imagine só!

As plantas clonadas se desenvolveram perfeitamente. Primeiro, foram cultivadas e propagadas  in vitro, depois transferidas para vasos com terra, floresceram, foram fertilizadas, produziram sementes que germinaram e deram origem a mais plantas, e assim por diante. Segundo os pesquisadores, essas plantas são "os mais antigos organismos multicelulares vivos".

A Silene stenophylla não é uma espécie extinta. Ela ainda existe, apesar de ter mudado um pouco de aparência (fenótipo) nos últimos 30 mil anos. Mas é certo que sementes e frutos de muitas espécies que não existem mais também estão preservados no permafrost siberiano (cuja camada de solo congelado pode ter centenas de metros de espessura ... a amostra usada no estudo estava "apenas" 38 metros abaixo da superfície). Então, a princípio, nada impede que esse procedimento seja refeito para recriar alguma espécie extinta.

Sabe-se lá o que mais esses esquilos pré-históricos andaram guardando em suas tocas!

Publicidade

O estudo está publicado na edição desta semana da revista PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.