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Estudo sobre a Amazônia coloca Brasil na capa da 'Nature'

Por Herton Escobar
Atualização:

Herton Escobar / O Estado de S. Paulo

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O Brasil está na capa da Nature, uma das mais importantes revistas científicas do mundo (ou "A mais importante", segundo alguns rankings). A edição desta semana, publicada hoje, traz como principal destaque um estudo sobre os efeitos da seca no balanço de carbono da Amazônia. Hoje, a floresta absorve mais carbono da atmosfera do que emite -- ou, na pior das hipóteses, é neutra. Segundo a pesquisa, porém, caso o clima da região amazônica se torne mais seco (como preveem os modelos de aquecimento global para as próximas décadas), a floresta poderá passar a emitir mais carbono do que absorve, transformando-se numa fonte de emissão de gás carbônico, em vez de um sumidouro. Ou seja, seu papel no cenário climático internacional seria invertido: em vez de ajudar na solução, ela passaria a contribuir para o aquecimento global. Nada bom para o planeta!

O trabalho é fruto de uma colaboração internacional entre pesquisadores brasileiros, americanos e europeus, ligados a 10 instituições de pesquisa (entre elas, pelo Brasil, o IPEN, o INPE e o IAG-USP). A primeira autora é a brasileira Luciana Gatti, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).

A maioria dos outros autores é dos EUA e da Europa. Mas isso não é nenhum demérito para a ciência brasileira. Pelo contrário! Um dos pontos mais fracos da ciência brasileira é justamente sua baixa internacionalização, reflexo do baixo índice de projetos realizados em colaboração com cientistas de outros países. Só porque "a Amazônia é nossa" (geopoliticamente falando), não significa que tenhamos a capacidade de entendê-la (ou mesmo de protegê-la) sozinhos. Quanto mais a ciência brasileira se abrir para parcerias com a ciência de outros países, mais internacional e melhor ela será. E o Brasil só tem a ganhar com isso.

Portanto, parabéns aos autores brasileiros do trabalho -- pela capa da Nature, e também pelo fato de o trabalho não ser exclusivamente brasileiro.

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Para mais informações sobre a pesquisa, veja: Seca pode tornar Amazônia fonte emissora de carbono (matéria de Giovana Girardi, no blog Ambiente-se)

Para mais informações sobre internacionalização da ciência, veja:

A USP é muito boa, mas poderia ser muito melhor

Universidades brasileiras, em busca da excelência

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