Rede de ONGs da Mata Atlântica - RMA manifesta seu repúdio ao descaso da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo com as Unidades de Conservação Em recentes matérias publicadas no jornal "O Estado de São Paulo", em 25 de agosto de 2013, foram relatados fatos que mostram, de maneira objetiva, o que ambientalistas pesquisadores e gestores vêm denunciando há tempos: a gestão ambiental do estado de São Paulo e em particular suas Unidades de Conservação estão sucumbindo por conta de uma gestão fraca, ineficiente e que prioriza interesses eleitoreiros em detrimento do compromisso com a conservação ambiental, do patrimônio natural e do bem estar das populações que vivem nessas áreas ou em seu entorno. Valendo-se do argumento que cargos de gestão não precisam ser ocupados por técnicos da área ambiental, a Secretaria abriga hoje dezenas de partidários políticos que, além de não terem conhecimento e experiência sobre a questão ambiental, não fazem a prometida "boa gestão", que, diga-se de passagem, não se concretizará com a leitura de um "manual", como pretende o Secretário Bruno Covas. Progressos havidos em gestões passadas, inclusive os resultados de projetos executados com doações de recursos e mais recentemente com financiamentos e endividamento público estão abandonados! Apesar de um caixa financeiro disponível e parado desde 2005, no valor mínimo de R$144 milhões, provenientes de compensações vindas de empreendimentos que já causaram impactos ambientais, não há sinais de que a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA) venha atendendo demandas urgentes que se verificam nessas unidades, como, por exemplo, elaboração e implementação dos Planos de Manejo, regularização fundiária para resolução de conflitos, especialmente em áreas habitadas por comunidades tradicionais, e fiscalização. Esse descaso está refletido na extrema precarização da vigilância nas Unidades de Conservação, com a redução de postos físicos e também de profissionais em campo, que não têm sequer apoio para alimentação e uniforme, além de terem um limite reduzido de combustível disponível. Com a justificativa de que o monitoramento por satélite, em parceria com a Polícia Militar Ambiental, irá melhorar e modernizar a fiscalização, o diretor da Fundação Florestal, Olavo Reino Francisco, demonstra ignorar a realidade no campo, e a necessidade de controle da caça e da extração do palmito, atividades ilegais e feitas por pessoas armadas, que causam riscos à conservação ambiental e também às pessoas que por ali circulam.