São cursos de água atmosféricos que levam umidade e vapor de água da bacia Amazônica para outras regiões do Brasil. São cerca de 20 bilhões de toneladas de água por dia transportadas de forma "invisível", por cima das nossas cabeças. Para se ter uma ideia, a vazão média do Amazonas é da ordem de 17 bilhões de toneladas de água por dia. Ou seja: a quantidade de água evaprada diariamente supera a vazão do maior rio do mundo.
Mas toda essa água vem da floresta?Não, boa parte vem do mar, mas a floresta funciona como uma bomba biótica. Da porta de entrada dessa água (Belém, na baía do Guajará, e cidades litorâneas) até o Acre, acontecem 2,8 ciclos hidrológicos (evaporação, condensação, precipitação). Resumindo: se não tivéssemos a floresta, menos água chegaria nos pontos mais remotos. Estudos recentes mostram que a condensação de água sobre a floresta faz com que a pressão, nesses locais, seja menor do que sobre o mar. Isso faz com que a umidade que há sobre o mar seja atraída para a floresta. É um serviço ambiental que poucos sabem que a floresta presta.
Qual o próximo passo do projeto Rios Voadores?Estamos iniciando uma ação em escolas, nas cidades por sobre as quais os rios voadores passam: Londrina, Ribeirão Preto, Uberlândia, Brasília, Cuiabá e Chapecó. Começamos dia 26 de abril em Ribeirão Preto. Vamos fazer com que as crianças estimem a quantidade de água atmosférica vinda da Amazônia. Num primeiro momento, vamos capacitar cerca de 180 professores e pretendemos atingir algo em torno de 30 mil crianças.