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Fogão a lenha gera energia no Acre

Muita coisa vem sendo testada para viabilizar, a custos razoáveis, a geração de energia em sistemas isolados (aqueles com grande dificuldade de logística de abastecimento). Kits fotovoltáicos (que permitem gerar e captar energia solar); geradores movidos a combustíveis fósseis e até mesmo a extensão da rede são algumas das alternativas.

Por karinaninni
Atualização:

Pois uma empresa brasileira está testando no Acre um fogão a lenha que gera energia elétrica. O produto, instalado em 300 residências nos municípios de Capixaba, Assis Brasil e Brasiléia, além das casas de famílias ribeirinhas às margens dos Rios Yaco e Rio Macauã,  funciona como uma miniusina de cogeração de energia elétrica a partir da queima de biomassa (lenha, gravetos, sabugos de milho e outros resíduos orgânicos encontrados no meio rural). Ao mesmo tempo em que é usado para preparar os alimentos, aproveita o calor residual para gerar energia elétrica. Outra vantagem é que o fogão dispõe de uma eficiente chaminé, evitando que a fuligem dispersa pela queima da biomassa circule no ambiente doméstico, como acontece normalmente quando se usa fogão a lenha. O produto foi desenvolvido pela Energer Energias Renováveis

"Na comparação com as outras alternativas como kits fotovoltaicos e geradores a diesel, o fogão se mostrou mais eficiente para geração de energia em sistemas isolados, não só economicamente mas socialmente também. O conjunto gerador fotovoltaico é caríssimo. Os geradores a diesel também são alternativas complicadas no campo, porque geralmente essa população não tem meios para ir buscar o combustível na cidade mais próxima", afirma Diego Santos, engenheiro do Núcleo de Estudos e Gestão de Energia da Andrade & Canellas, responsável pela realização do teste de viabilidade do fogão.

 Foto: Estadão

A energia gerada pelo fogão é suficiente para alimentar, por quatro horas, uma TV, quatro lâmpadas fluorescentes de 9W e um refrigerador pequeno especialmente desenvolvido para o projeto. A empresa e a consultoria responsáveis querem aprovar o produto junto ao governo federal para que possa ser enquadrado no projeto Luz para Todos (que leva energia subsidiada a comunidades rurais).  Se fosse vendido hoje sem subsídios, o fogão sairia a R$ 6 mil a unidade.

 Foto: Estadão
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