Estadão
25 de março de 2011 | 16h12
Por Karina Ninni
Arnold Schwarzenegger, cacique Raoni e James Cameron. FOTO: Divulgação
O filósofo esloveno Slavoj Žižek, analisando obras de cineastas dos Estados Unidos, afirmou que James Cameron seria, dentre todos os diretores americanos, o mais perigoso ideologicamente, pois atrás do seu “marxismo de Hollywood” escondem-se mitos reacionários. Citou Avatar como exemplo: os nativos ainda precisam de um rei branco e deficiente para se casar com a princesa e salvá-los.
É impossível não recordar essa opinião ácida ao assistir o diretor e o índio Raoni numa confraternização em Manaus, por ocasião do Fórum Mundial de Sustentabilidade. Ali estavam o príncipe branco Cameron e um eterno cacique Raoni, às voltas com outro herói preocupado com as questões da Amazônia.
Ao redor, pessoas com as mais interessantes histórias. Como a iraniana que saiu sozinha de seu país aos 13 anos durante a revolução e foi parar na casa de um tio em Ohio (EUA). Ou a filha do antropólogo que viveu em aldeias, traduz do inglês para o caiapó e, segundo ela mesma, só consegue se comunicar em “portupó” (português + caiapó). Ambas são exemplo da riqueza de experiências reunidas nesse tipo de evento, príncipes e caciques à parte.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.