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Abdução extraterrestre é construção mental, diz estudo

Os que dizem terem sido seqüestrados por "marcianos" têm tendência a alucinações, a acreditar em tudo que é paranormal e a dissociar a realidade

Por Agencia Estado
Atualização:

A abdução extraterrestre, que algumas pessoas asseguram ter experimentado, é uma construção mental própria de indivíduos suscetíveis a "lembranças falsas", segundo um estudo divulgado nesta terça em Londres. Segundo o professor Chris French, diretor da Unidade de Pesquisa de Psicologia do londrino Goldsmiths College, aqueles que dizem ter sido seqüestrados por "marcianos" têm um perfil psicológico concreto, com tendência a alucinações, a acreditar em tudo que é paranormal e a dissociar a realidade, o que pode levar a uma alteração dos estados de consciência. French, especialista na relação psicológica com o paranormal, comparou o estado psicológico apresentado no Museu da Ciência de Londres com 19 supostos "abduzidos" e 19 voluntários escolhidos ao acaso. Descobriu que os que alegavam ter entrado em contato com alienígenas tinham também o hábito de ficar "envolvidos" nos afazeres cotidianos, costumavam fantasiar e alguns padeciam de "paralisias do sonho". Neste último estado, a pessoa acorda e sente que não consegue se movimentar, embora seja consciente do que a rodeia. Freqüentemente sofre de alucinações auditivas e visuais. "No final do século XX, um número crescente de pessoas de todo o mundo começou a ter experiências estranhas", explica French. "O mais comum é que elas digam que os alienígenas os tiraram da cama ou do carro e, comumente, os descrevem como seres com menos de um metro, com braços e pernas longos e cabeças enormes", afirma o professor. Os "abduzidos" costumam explicar que os extraterrestres têm "grandes olhos negros através dos quais se comunicam telepaticamente", acrescenta. "Costumam contar como, de repente, estavam a bordo de uma nave espacial onde foram submetidos a um exame médico, freqüentemente doloroso, para extrair dele esperma ou óvulos", relata o especialista. Segundo French, milhares de pessoas no mundo poderiam experimentar lembranças falsas deste tipo.

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