Abertura de buraco cria polêmica em no Condomínio Barão de Mauá

Moradores acreditam que pode haver perigo na perfuração de buracos para investigação sobre gases tóxicos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Moradores do Condomínio Residencial Barão de Mauá, na cidade de Mauá, estão preocupados com a abertura de mais um buraco para identificar gases tóxicos no subsolo do Bloco 2 da etapa 6 do conjunto. O terreno onde os prédios foram construídos era um antigo depósito clandestino da Companhia Fabricadora de Peças (Cofap) e o solo contaminado vem trazendo transtornos aos moradores há pelo menos dois anos. Eles já impediram a SQG Construtora de fazer a sondagem no dia 10 de julho. "A empresa tentou fazer o furo com os moradores no local, sem avisá-los e sem a presença da Cetesb", explica o advogado de 95 famílias, Aurélio Okada. "Eles querem saber quais são os riscos e as conseqüências dessa nova investigação." A nova perfuração foi anunciada pela Cetesb em nota no dia 4: "Foi concedido prazo de sete dias (que vence segunda-feira) para a apresentação do plano de trabalho de avaliação das ações a serem adotadas para a identificação de eventual existência de gases no colchão de brita do Bloco 2 da etapa 6, que constitui o foco da discussão." De acordo com o gerente regional da Cetesb, João Antônio Romano, a exigência visa a evitar mais problemas. "Pedimos isso para poder informar a população com antecedência." Ontem, em reunião com o presidente da Cetesb, Rubens Lara, eles se queixaram da perfuração feita em maio pela SQG Construtora. Okada diz que os moradores não consideram adequado o "respiro" - válvula de escape - feito na ocasião, por causa do forte cheiro de pesticida que estaria vazando pelos interfones. "A Cetesb determinou que o respiro deveria ser feito para fora do hall, mas o odor começou a vazar para dentro." Anteontem, os moradores registraram um pedido cautelar na 6.ª Vara Cível para que três famílias sejam removidas do bloco. Os condôminos estão apreensivos ainda com os outros materiais tóxicos existentes no local. "Há 35 contaminantes que não estão sendo levados em conta pela construtora e pela Cetesb", diz Okada. "Foram detectados em torno de 44 gases no subsolo. Temos trabalhado com os 8 de maior periculosidade, que podem vir a causar dano maior", explica o gerente regional da Cetesb. "As medidas tomadas quanto a esses componentes abrangem todos os demais." Por reivindicação dos moradores, a Cetesb vai retomar a distribuição de informativos no condomínio. Na próxima semana, a companhia começa uma campanha de monitoramento de ar no local. "A construtora tem feito todos os esforços para sanar o problema", diz Carlos Badra, assessor da empreendedora do condomínio, a Paulicoop. Em nota divulgada ontem, a Paulicoop informou que "restou comprovado que não há nenhum perigo à saúde pública, certificado por órgãos de excelência, em especial a USP".

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