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Achados fósseis do mais antigo bípede pré-humano

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma equipe de cientistas etíopes e americanos descobriu restos fossilizados do que seria o mais antigo ancestral bípede do homem já conhecido, um hominídeo que viveu há cerca de 4 mil anos em bosques do chamado Chifre da África. É provável que este ancestral seja classificado entre o Australopithecus ramidus, uma espécie transitória entre macaco e hominídeo que viveu há 4,5 milhões de anos na mesma região, e o também etíope Australopithecus afarensis, de 3,2 milhões de anos, representado pela famosa Lucy, fóssil de hominídeo bípede que tinha 1,2m de altura. A descoberta - que acrescenta as mais novas peças sobre a evolução do homem - ocorreu em fevereiro, num sítio chamado Mille, na região de Afar, nordeste da Etiópia. Segundo Bruce Latimer, diretor do Museu de História Natural de Cleveland (Ohio), os fósseis incluem um osso de tornozelo e uma tíbia (completa), que indicam a postura ereta do hominídeo. Foram encontradas também partes de um fêmur, costelas, vértebras, uma clavícula, uma escápula e partes da bacia. Trata-se do único conjunto de fósseis com mais de 3 milhões de anos que reúne mais de um quarto do esqueleto. A datação apontou que o material pode ter, pelo menos, 3,8 milhões de anos. "Agora podemos dizer que este é o mais antigo bípede do mundo, e isso é significante porque é o andar ereto que nos faz humanos", comentou Latimer. "Esta descoberta permitirá estudar melhor como surgiu o caminhar ereto." A descoberta vai permitir "unir os pontos" entre o A. ramidus e o A. afarensis, disse Yohannes Haile-Selassie, pesquisador etíope que co-liderou as pesquisas. Os fósseis foram encontrados depois de dois meses de escavações a 60 km de distância do local onde foi encontrada Lucy.

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