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Agricultor de Roraima terá seguro se não fizer queimada

O anúncio foi feito nesta sexta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, entre as medidas para evitar a repetição do incêndio de 1998 no Estado

Por Agencia Estado
Atualização:

Os pequenos agricultores de Roraima que ainda não fizeram queimadas para preparar o solo para o plantio, vão receber um seguro do governo federal se não atearem fogo em suas áreas. O anúncio foi feito nesta sexta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, entre as medidas para evitar a repetição do incêndio de 1998 no Estado. A situação ainda não é tão crítica, mas o fogo já entrou três quilômetros dentro da reserva ianomami. O fogo está com 60 quilômetros de extensão linear - no pior incêndio de Roraima foram 400 quilômetros. A compensação dos agricultores, que será equivalente à perda da safra, foi combinada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e discutida em uma reunião entre Marina, os ministros da Defesa, José Viegas, e o da Integração Nacional, Ciro Gomes, e integrantes dos ministérios da Agricultura e da Reforma Agrária. O incêndio está concentrado na faixa de assentamentos, distante da floresta. Mas como entrou em reserva indígena, a operação de combate passará a ser comandada pelo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), Marcus Barros. O governador de Roraima, Francisco Flamarion Portela, pediu ajuda federal, logo depois de decretar calamidade pública em cinco municípios. O vento está a favor do fogo. Um fator a mais de preocupação, neste período em que o fenômeno El Niño agrava a seca na região. Desde 98, as queimadas com fins agrícolas são controladas. Em janeiro, o Ibama cancelou as 2.235 autorizações expedidas para este ano. Mesmo assim, as queimadas se generalizaram. E, segundo avaliação do governo, deveriam intensificar-se nos próximos 15 dias, prazo que o agricultor teria para preparar o solo, antes de iniciar o plantio. ?É melhor indenizar do que fazer a roça?, disse Marina, que condena as queimadas, mas defende treinamento dos agricultores na região para cultivo de culturas permanentes, ao invés de arroz, feijão e milho. O seguro para os assentados é semelhante ao que o governo pagou para os agricultores que perderam suas plantações por causa da seca no Nordeste. No ano passado, estes nordestinos receberam entre R$ 425 e R$ 525, o valor não será igual para Roraima. ?É a primeira vez que adotamos o seguro para a área ambiental?, disse a secretária da Amazônia, Mary Alegretti. ?Vamos fazer um aceiro entre os que já botaram fogo em suas áreas e os que desistirão da queimada?, comentou o ministro Ciro Gomes. O governo ainda não sabe quantas famílias poderão candidatar-se ao seguro. Segundo levantamento do Incra, existem naquela região cerca de 20 mil assentados. A ministra Marina informou que 300 homens estão na linha de frente do combate ao fogo e mais 100 pessoas no suporte. O Ministério da Defesa enviou helicópteros, montará os acampamentos de apoio aos bombeiros e poderá emprestar aviões para transporte de brigadas anti-incêndio que por ventura necessitem ser deslocadas.

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