Água do Paraíba começa a ser cobrada em março

Segundo balanço da ANA, 3.013 empresas paulistas se comprometeram a pagar pela água retirada do rio, 596 de Minas e 403 do Rio. O número em São Paulo corresponde a 75% do total de empresas cadastradas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A cobrança pelo uso da água do Rio Paraíba do Sul começará em março. Dos três Estados que captam água do rio, São Paulo foi o que mais cadastrou empresas, segundo balanço fechado no dia 20 pela Agência Nacional de Águas (ANA). Foram 3.013 empresas paulistas que se comprometeram a pagar pela água retirada do rio, 596 de Minas e 403 do Rio. O número em São Paulo corresponde a 75% do total de empresas cadastradas. No Vale do Paraíba - onde existem cerca de 2.500 estabelecimentos usuários da água do Paraíba do Sul - apenas 113 preencheram o cadastro. Apesar do baixo porcentual (4,5%), o índice não preocupa o Comitê para Integração das Bacias Hidrográficas (Ceivap). "Quem não se cadastrou foram as pequenas empresas. As grandes, que representam mais de 80% da utilização da água, fizeram o cadastramento", informou o secretário do Ceivap, Edílson Andrade. O problema encontrado no Vale do Paraíba é semelhante ao do Rio. Apenas 10% das empresas fluminenses que utilizam a água se inscreveram para a cobrança. "Porém, a grande usuária de água, a Companhia Siderúrgica Nacional, que consome 8 mil litros por segundo, fez o cadastramento." Os usuários que fizeram o cadastro terão desconto de 18% sobre a alíquota cobrada. Os que se inscreverem a partir deste mês não terão a mesma redução. "A intenção não é punir e sim educar", disse Andrade, informando que não haverá multa para os novos cadastrados. Na tarde desta quarta-feira, o Ceivap reuniu-se com a ONG Vale Verde, em São José dos Campos, para discutir maneiras de atrair novas empresas para a cobrança. "A ANA vai acionar as empresas que não se cadastraram e a ONG vai ajudar até no preenchimento da ficha." Indústrias e empresas de saneamento pagarão R$ 0,02 para cada mil litros de água captada e devolvida suja ao rio. O valor cai para R$ 0,008 se a mesma quantidade for tratada antes de ser despejada. Para os agricultores, a taxa é de R$ 0,0005 por mil litros consumidos. Com a arrecadação, a ANA espera em um ano atingir a cifra de R$ 11 milhões, que vai ajudar na despoluição do rio.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.