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Alunas de Porto Alegre e Curitiba são as que mais fumam

Por Agencia Estado
Atualização:

As adolescentes do ensino fundamental e médio de Porto Alegre e Curitiba são as que mais fumam, segundo pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) com meninos da mesma idade em 14 capitais brasileiras, apresentada nesta quarta-feira. De maneira geral, as garotas estão fumando mais do que os rapazes no País. A pesquisa faz parte do Sistema de Vigilância de Tabagismo em Escolares, promovido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Pan-americana de Saúde e pelo Centro para Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos. O objetivo é monitorar, através de inquéritos repetidos, a freqüência do tabagismo entre estudantes de 13 a 15 anos. Segundo a chefe de Epidemiologia do Inca, Liz Almeida, que coordenou a pesquisa, "as regiões Sul e Sudeste do Brasil estão seguindo a tendência mundial, especialmente dos países desenvolvidos, de as mulheres ultrapassarem os homens" no tabagismo. De acordo com Liz, há cerca de 20 anos essa situação era diferente no Brasil e os meninos lideravam o ranking de fumantes. "Esse quadro vem mudando porque hoje há maior tolerância das famílias e da sociedade em geral. Além disso, a indústria do tabaco passou a investir no público jovem feminino, criando produtos específicos para esse setor", disse ela. Entre os alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e privadas do Rio de Janeiro, por exemplo, 42,6% das meninas já experimentaram cigarro, contra 36,8% dos meninos. Ao todo, 40,7% dos alunos disseram ter fumado alguma vez na vida. Mães Esses números foram obtidos através do Inquérito de Tabagismo em Escolares (Vigescola). Para Liz, o aumento do número de mulheres fumantes é grave. "As crianças de mães fumantes podem nascer com sérios prejuízos, como baixo peso e maior tendência a infecções respiratórias, entre elas asma e bronquite. Além disso, há maior risco de aborto. Também são maiores os riscos de câncer de pulmão em mulheres", afirmou a coordenadora da pesquisa. A prática familiar também parece influenciar o fumo entre os jovens. 37,2% vivem em casas onde outras pessoas fumam em sua presença e 39,2% têm um ou dois dos pais fumantes. Além disso, 19,3% dizem que o local onde fumam com mais freqüência é a própria casa. Acesso ao cigarro Existem falhas no cumprimento da lei que proíbe a venda de cigarros a menores de 18 anos, de acordo com o Inca. Dos entrevistados, 44% dos estudantes entre 13 e 15 anos compram o artigo em lojas e 88% deles nunca foram impedidos de adquiri-lo por causa da idade. Liz disse que "é interessante notar que no Rio de Janeiro, embora seja um local com grande concentração de campanhas contra o tabagismo, o acesso ao cigarro é muito facilitado. Talvez seja necessário desenvolver campanhas voltadas especificamente aos pais e aos lojistas".

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