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Amapá inaugura Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável

Réplicas de casas e barco apresentam cultura, modo de vida, produtos florestais locais e exemplos de atividades de baixo impacto ambiental

Por Agencia Estado
Atualização:

A opção por alternativas econômicas de baixo impacto ambiental, feita pelo governo do Amapá, em seu Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDSA), agora tem uma vitrine para visitantes, num museu a céu aberto, construído em Macapá, capital do estado. O Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável, inaugurado hoje, reproduz as casas de uma comunidade ribeirinha, separadas de casas de cidade por um igarapé, cheio de meandros, com peixes e plantas aquáticas, nas margens do qual há um sítio arqueológico demonstrativo e um orquidário com bromélias e orquídeas raras. O museu começou a ser concebido há cinco anos e sua construção levou 18 meses, com investimentos da ordem de R$1,5 milhão, da Secretaria da Infra-Estrutura (Seinf). Ocupando uma área total de 21.500 m2, é vizinho e faz parte do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), onde são pesquisados os fitoterápicos derivados de plantas amazônicas. O nome - Sacaca - homenageia um curandeiro, cujo apelido deriva de uma planta tradicionalmente usada para abaixar o colesterol. "É um museu interativo, que reproduz a vida amazônica, mostrando tanto sua biodiversidade, como a diversidade cultural, dos castanheiros, seringueiros e de todas as etnias presentes no Amapá", explica o governador João Alberto Capiberibe. "Também é um ponto de encontro do conhecimento científico com o saber político e a vida das populações tradicionais". A expectativa é de que, além de retratara e divulgar o Amapá, o museu ajude a gerar novas iniciativas e negócios sustentáveis. Dentro do complexo cenográfico do museu, peças de madeira, fibras naturais e pedra retratam a cultura, a história e o modo atual de vida de comunidades tradicionais, negras (quilombolas) e indígenas do Amapá e apresentam as alternativas de desenvolvimento sustentáveis, nas quais o estado investe há oito anos. A visita é acompanhada por guias locais e há uma sala de leitura com apresentações de multimídia, em português, inglês e francês. Também existe um auditório de 200 lugares para shows e peças de teatro. Na praça de alimentação, o visitante experimenta os biscoitos e azeite de castanha de Laranjal do Jari; sucos, sorvetes e doces de frutas amazônicas e outros produtos fabricados em cooperativas comunitárias, que antes viviam do extrativismo predatório. A visita pode ser feita a pé, através de trilhas, ou em canoas, pelo igarapé, onde também navega uma réplica do primeiro regatão do Amapá, chamado Índia do Brasil. Os regatões, vale lembrar, são barcos de comércio na Amazônia, que levam mercadorias básicas até as comunidades mais distantes e muitas vezes as trocam por produtos florestais ao invés de receber em dinheiro. Na réplica, o porão abriga uma exposição cultural-histórica e o convés tem computadores conectados, via Internet, com a comunidade do arquipélago de Bailique, localizado no Oceano Atlântico, a cerca de 150 km a nordeste de Macapá. "Na vida pública, esses são momentos de muita felicidade", acrescenta o governador Capiberibe. "Aqui a gente vê a concepção, uma idéia traduzida em realidade, em acontecimento, num fato concreto, que é este museu".

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