Amazônia pode responder por 40% do PIB, diz cientista

Brasil precisa tratar a região como prioridade, como fez com o agronegócio e a indústria aeronáutica, afirma pesquisador. R$ 300 milhões em investimentos bastariam

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Por Agencia Estado
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A amazônia tem potencial para responder por 30% a 40% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em um prazo de 100 anos, se o governo brasileiro estabelecer um plano de investimento de longo prazo e incluir a região entre suas prioridades, afirma o pesquisador Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Cerca de R$ 300 milhões bastariam para implementar um plano científico para a região, segundo Nobre. Para ele, a Amazônia precisa ser tratada como ?ocorreu com o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) no passado?, disse ele à Agência Fapesp. ?Esse (investimento) seria o nosso grande sonho. Temos que ter de quatro a seis instituições de pesquisa fortes na Amazônia para que a região possa ser bem estudada.? Ele lembrou que já existem o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia (Inpa) e o Museu Emilio Goeldi, em Belém, ?que poderiam ser ainda mais fortalecidas?. E ele defende que o Brasil mantenha a liderança do LBA (sigla em inglês para Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), do qual também é diretor científico. Cálculos aproximados feitos pelos dirigentes do LBA indicam que o programa custou US$ 80 milhões até hoje. O Brasil participou com 40% desse total, os Estados Unidos, com outros 40%, e a Europa, com 20%. Os salários dos pesquisadores são pagos por agências de fomento brasileiras, entre as quais a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Nobre avalia que seriam necessários, do Brasil, mais R$ 15 milhões ao ano em um período de cinco anos a partir de 2006, para manter os custos do programa. Segundo ele, esses recursos poderiam financiar aproximadamente 30 estudos científicos de grande porte. Para o cientista, as iniciativas oficiais para estimular a pesquisa na região ainda são modestas. ?Não adianta apenas bolsas para a região, é preciso ter políticas de fixação de pesquisadores?, afirma.      

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