Ambientalistas vêem manobra de SP contra lei da Mata Atlântica

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Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor da organização SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, disse nesta sexta-feira que o adiamento da votação do projeto da Mata Atlântica foi arquitetado pelo PSDB a pedido do governo paulista, que estaria "traumatizado" com o pagamento de indenizações pela desapropriação de terras em área de mata atlântica. "Foram os tucanos de São Paulo que armaram a confusão", afirmou ele. O Senado adiou para terça-feira a votação do projeto que regulamenta o uso e a preservação da Mata Atlântica. A proposta era o segundo item na pauta e foi retirada por iniciativa do PFL. Segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, vários parlamentares alegaram que precisavam de mais tempo para estudar a legislação. O secretário da Casa Civil do Estado, Arnaldo Madeira, rebateu a afirmação de Mantovani: "Não é trauma, não, é uma situação real". Segundo ele houve uma preocupação quanto à desapropriação de terras quando o projeto estava na Câmara, mas a avaliação é de que os problemas foram resolvidos no texto enviado ao Senado. Ele negou qualquer articulação para adiar a votação. "Nem sabia que o projeto estava na pauta de hoje (sexta-feira)." "Conversei com o governador (Geraldo Alckmin) e ele me garantiu que São Paulo apóia o projeto", disse o ex-deputado Fabio Feldmann (PSDB), autor da proposta original. O projeto tramitou 11 anos na Câmara e só chegou esta semana ao Senado. "Prevaleceu o argumento de que não houve tempo adequado para ler o projeto." Capobianco encarou o adiamento com naturalidade. "Ninguém fez objeções ao texto." O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que os argumentos do PFL para retirar o projeto da pauta eram "precários".

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