Anvisa diz que é difícil fiscalizar transgênicos

Agência adverte que não há como identificar produtos sem informação da cadeia produtiva ou análise laboratorial

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Por Agencia Estado
Atualização:

A rotulagem de produtos com mais de 1% de transgênicos em sua composição não tem utilidade sob o aspecto da saúde e é de difícil fiscalização, afirmou nesta segunda-feira o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanietária (Anvisa), Claudio Maierovich. Ele disse que nos EUA pelo menos 200 milhões de pessoas consomem, há dez anos, produtos à base de soja geneticamente modificada sem registro de "qualquer dor de barriga". "A sombra é muito maior do que o monstro", aposta o diretor que esta semana comemora o quinto aniversário da Anvisa. include "$DOCUMENT_ROOT/ext/agestado/ticker.inc"; ?> Maierovich advertiu que não há menor condição de identificar produtos com ingredientes transgênicos, sem informação espontânea da cadeia produtiva e sem análise laboratorial. Se colocar lado a lado um produto transgênico de um convencional é impossível estabelecer visualmente a diferença. "Não esperem que a vigilância colete produtos nos supermercados para fazer tais análises. Não é nossa prioridade", afirmou o diretor. Segundo ele, somente em casos excepcionais serão pedidos testes para o laboratório Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (ICQS), da Fiocruz. O exame para constatar presença ou não de transgênico custa entre R$ 250 e R$ 300 por amostra. Normalmente, a análise exige três amostras. O papel da vigilância sanitária será limitado a checar documentos que permitam rastrear a origem de cada componente do produto ao longo da cadeia produtiva, informou o diretor-presidente da Anvisa. Ele comentou ainda que o rótulo só deveria ser exigido para produtos com mais de 5% de componentes transgênicos. Com o porcentual de 1% se atinge também produtos que sofreram contaminação de transgênico, por exemplo, por problemas no transporte de uma carga. Maierovich contou que o governo decidiu exigir a rotulagem porque prevaleceu a tese de que o consumidor tem direito de saber o que está ingerindo. Também se considerou que a introdução de culturas transgênicas possa gerar impacto no meio ambiente e até permitir que uma praga incomum torne-se freqüente e provoque uma quebra de safra.

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