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Após colisão, EUA alertam para 'jogo de queimada' em órbita

Por JIM WOLF
Atualização:

Países com satélites no espaço terão de "jogar queimada" durante décadas para evitar os destroços resultantes da colisão desta semana sobre a Sibéria, envolvendo um satélite russo e um norte-americano, disse um general norte-americano na quinta-feira. "Minha preocupação é que o campo de destroços fique lá por um tempo", disse James Cartwright, vice-presidente do Estado-Maior Conjunto e ex-chefe das operações militares espaciais. "Então vamos jogar um pouquinho de queimada durante muitas dezenas de anos pela frente. A boa notícia é que, quando isso se estabilizar, fica relativamente previsível. A má notícia é que é uma área grande", afirmou ele a um fórum sobre as implicações das operações espaciais sobre a segurança nacional. Um satélite de telecomunicações da empresa Iridium e um satélite russo desativado se chocaram na terça-feira cerca de 780 quilômetros acima da região ártica russa. A Iridium tem uma rede que usa 66 satélites para transmitir voz e dados para cerca de 300 mil clientes espalhados pelo mundo, especialmente em áreas que não são atendidas pelas redes terrestres de comunicações. Cartwright disse que dentro de um mês poderá ser possível estabelecer a localização segura para novos objetos espaciais, a salvo do lixo orbital. Já há mais de 18 mil destroços catalogados pelo Centro de Operações Espaciais Conjuntas do Estado-Maior. Como acontece com todos os objetos grandes o bastante para serem localizados, dados sobre os novos destroços serão divulgados pelo site Space-Track.org, "para que todas as nações e companhias com patrimônio no espaço tenham acesso à informação", segundo o tenente da Marinha Charles Drey, porta-voz do Comando Estratégico. Outro porta-voz do Comando, coronel-aviador Les Kodlick, disse à Reuters na quarta-feira que mas de 500 pedaços de destroços estavam sendo monitorados desde a colisão. Ele afirmou na ocasião que aquela teria sido a primeira colisão entre satélites na história, mas um porta-voz do Pentágono contradisse isso na quinta-feira. "Houve três ou quatro outros casos", disse o porta-voz Bryan Whitman a jornalistas, sem entrar em detalhes. O Comando Estratégico não respondeu imediatamente a um pedido para explicar a discrepância. (Reportagem adicional de Andrew Gray)

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