Aprovada proteção aos cervos

Novas áreas protegidas formam mosaico e garantem o hábitat natural de várias outras espécies

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) aprovou hoje o acordo de compensação ambiental da usina Três Irmãos da Centrais Elétricas de São Paulo (Cesp), que deve garantir proteção às últimas áreas inundáveis naturais do estado, hábitat do cervo-do-pantanal e diversas outras espécies típicas de varjões. A foz do Rio Aguapeí será transformada num Refúgio de Vida Silvestre, de 15.960 hectares, formando uma área contínua de 25 mil hectares com o Parque Estadual do Aguapeí, que também é uma compensação ambiental, relativa à usina Sérgio Motta (antiga Porto Primavera). A área será gerida pela concessionária de energia, que também responderá pelo plano de manejo e levantamento de flora e fauna. A 30 km dali, ainda foi aprovada a ampliação do Parque Estadual do Rio do Peixe, em 4.100 hectares, totalizando uma área de 11.820 hectares, e o reflorestamento de 371 hectares do remanescente de reserva florestal da Lagoa São Paulo, nas margens do Ribeirão do Veado, um dos afluentes do rio Paraná. A ampliação do parque ainda depende da assinatura de um decreto estadual, enquanto as demais medidas já estão acertadas com a Cesp. A Comissão Especial de Energia do Consema deverá acompanhar a implementação do acordo, assim como representantes da sociedade civil organizada. "A decisão de criar um Refúgio de Vida Silvestre é melhor do que uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), porque se trata de uma unidade de conservação de proteção integral, que prevê zonas de amortecimento e corredores ecológicos no seu entorno", comenta Djalma Weffort, da entidade ambientalista Apoena. "Mesmo que a Cesp venha um dia a ser privatizada, neste trecho, o novo controlador terá a obrigação de cuidar da área, portanto é um ganho significativo, que começa a atrair interesse de pesquisadores e até das prefeituras, agora habilitadas a receber ICMS". As novas áreas protegidas também devem reduzir a mineração de areia e argila, que ameaça os varjões, assim como fortalecer a fiscalização contra a caça do cervo para venda de galhadas ou cabeças empalhadas, uma atividade ilegal, que já está afetando a população da espécie. De acordo com alguns censos realizados por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), hoje a população de fêmeas de cervo já é bem mais numerosa do que a de machos, fato que pode estar associado a esta modalidade de caça, já que só os machos desta espécie possuem a galhada, considerada troféu.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.