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Área poluída por empresa em Campinas vai ser mapeada

Somente no terreno, de 16 mil metros quadrados, moram 45 famílias, que não correm risco de serem afetadas, segundo análises da Cetesb. Mas os vizinhos não estão livres da contaminação

Por Agencia Estado
Atualização:

A Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental da Secretaria de Saúde de Campinas vai mapear, na próxima semana, os arredores da área contaminada com solventes pela indústria química Proquima, no bairro Mansões Santo Antônio. Somente no terreno, de 16 mil metros quadrados, moram 45 famílias, que não correm risco de serem afetadas, segundo análises da Cetesb. Mas os vizinhos não estão livres da contaminação. O objetivo do mapeamento é evitar que moradores da região sejam atingidos pelos solventes que contaminaram o lençol freático do terreno, onde a fábrica funcionou por 25 anos até ser interditada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), na década passada. O local foi adquirido há quatro anos pela construtora Concima, que construiu três edifícios sobre a área afetada. Um deles teve suas unidades vendidas e abriga as 45 famílias. Outros dois estão em fase de acabamento, mas permanecem interditados até que o terreno seja descontaminado, conforme determinou a Cetesb. De acordo com relatórios preliminares, a poluição atingiu o lençol freático e chegou a um córrego próximo ao local. O técnico da Coordenadoria, Flávio Gordon, explicou que é preciso identificar se há moradores usando a água do córrego e de poços artesianos, já que a região abriga basicamente chácaras. Nesta semana, foram interditados no bairro dois poços e uma nascente. A Cetesb avaliou a água de nove poços e nascentes e descobriu que em três deles o nível de contaminação é superior ao aceito pela Organização Mundial de Saúde. Os outros seis, conforme Gordon, não apresentaram poluição. Em uma das chácaras, a água era usada para irrigar hortaliças. Na outra, o líquido vinha sendo consumido também pelos moradores, que não dispunham de ligação com a rede pública de abastecimento de água. Segundo o técnico, a própria Concima custeou a ligação para a família, que mora na chácara há 23 anos. Ele disse que é preciso verificar se há outros moradores utilizando água poluída. De acordo com Gordon, a região tem entre 40 e 50 chácaras. A Coordenadoria também pretende localizar os trabalhadores que construíram os três prédios e tiveram contato direto com os solventes despejados pela Proquima no terreno. A Concima ficou de entregar a lista dos operários para a Secretaria na próxima semana, conforme o técnico. Gordon explicou que a prefeitura irá fazer uma avaliação médica por amostragem nos trabalhadores e, caso a contaminação fique evidente, todos serão submetidos a exames e tratamentos. Ainda não há previsão de quando as análises serão procedidas. ?Estamos aguardando a relação da Concima?, informou. No início desta semana, a construtora apresentou à Cetesb um diagnóstico mais abrangente sobre a contaminação no local. A Cetesb informou que o relatório ainda está sendo avaliado para a definição das próximas medidas a serem tomadas.

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