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Área visual do cérebro também retém memória, diz estudo

Os pesquisadores usaram uma nova técnica para analisar dados de ressonância magnética para 'ler' imagens

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Por Redação
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Usando uma técnica de ressonância magnética funcional, cientistas conseguiram determinar, com 80% de precisão, qual de duas imagens voluntários haviam registrado em suas memórias visuais, relata artigo publicado online, nesta quarta-feira, 18, pela revista Nature. Com esse experimento, os pesquisadores acreditam ter determinado que é uma região específica do cérebro, o córtex visual primário, possibilita o exercício da memória visual em um pessoa. Criado sistema capaz de ler imagens dentro do cérebro humano Memória visual é o nome dado ao tipo de recordação que permite lembrar uma imagem que já desapareceu do alcance dos sentidos. Os autores da descoberta, do Centro de Pesquisas Vanderbilt, dos EUA, referem-se ao sinal captado no córtex visual como um "eco" da imagem captada visualmente. "Descobrimos que as áreas visuais primárias são importantes para a memória", disse o psicólogo Frank Tong, um dos autores do trabalho. "Antes, sabíamos que as áreas visuais primárias, que são as primeiras a receber informação visual, têm um ajuste fino para os sinais vindos do olho, mas não que armazenavam informação", afirmou ele, segundo nota do centro Vanderbilt. Ainda de acordo com ele, os cientistas também já sabiam que os focos específicos de memória do cérebro não têm muita sensibilidade para imagens visuais. "Mas, de algum modo, as pessoas são capazes de lembrar um padrão visual com grande precisão, por muito segundos, enquanto continuarem a pensar nele. Nossa questão era, onde essa informação fica armazenada no cérebro?" Os pesquisadores usaram uma nova técnica para analisar dados de ressonância magnética funcional que detectou padrões de atividade em áreas visuais do cérebro, como um eco do estímulo que a pessoa está retendo, mesmo depois de o estímulo ter sido removido, explicou Tong. "O córtex visual sempre foi encarado como mais voltado aos estímulos, e não estava implicado nos processos cognitivos, como memória ou manutenção de informação", disse a principal autora do estudo, Stephenie Harrison. "Usando uma técnica de decodificação neural, conseguimos ler o que as pessoas estavam mantendo na memória visual". Os voluntários do estudo assistiram à apresentação de padrões listrados simples, em diferentes orientações, e foram instruídos a manter uma ou outra orientação vívida na memória, ao serem submetidos à ressonância. "Graças á evolução e ao aprendizado, o sistema visual desenvolveu formas muito eficientes de codificar o ambiente natural, e a forma mais eficientes de codificar uma forma ou contorno é pela orientação", disse Tong. "Usamos um método de decodificação para ver os padrões de atividade continham informação sobre a orientação lembrada, e descobrimos que sim".

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