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Arqueólogos encontram 15 fósseis humanos em Minas

Por Agencia Estado
Atualização:

A descoberta recente de 15 sepultamentos humanos, na zona rural do município de Matozinhos, a 42 quilômetros da capital mineira, consolida a região de Lagoa Santa como um dos mais ricos sítios arqueológicos das Américas e uma das principais base de estudos sobre o povoamento do continente. Segundo o arqueólogo Renato Kipnis, um dos coordenadores do Projeto Origens e Microevolução do Homem na América, do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos do Departamento de Biologia da Universidade de São Paulo (USP), o sepultamento e, principalmente, as evidências arqueológicas, indicam uma ocupação bastante densa na região, onde foi descoberto o esqueleto de ?Luzia?, considerado o mais antigo fóssil humano das Américas, de 11.5 mil anos. As ossadas recém-descobertas, segundo o pesquisador, foram encontradas há cerca de 10 dias nas proximidades da caverna Lapa do Santo. Os esqueletos foram encontrados numa camada de sedimento datada de aproximadamente 8,5 mil anos, no período geológico conhecido como Holoceno (10 mil a 8 mil anos no passado). ?É um achado que pode jogar luz sobre a variabilidade desses grupos humanos caçadores-coletores?, afirma Kipnis. Segundo ele, acredita-se que esses homens primitivos eram nômades e viviam sempre em pequenos grupos de cinco ou seis pessoas. Depois de coletado, o material foi levado para a USP, onde passará por uma limpeza e será analisado. Após esse processo, ele será encaminhado para o Laboratório Beta Analytic, nos Estados Unidos, onde serão feitos os exames de Carbono 14, que irá definir a datação dos fósseis. Segundo Kipnis, as pesquisas arqueológicas no Brasil Central têm revelado uma diversidade biológica e cultural das primeiras populações humanas que chegaram no continente bem maior do que se conhecia até pouco tempo.

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